Suíça - Suspenso por 90 dias pela Fifa, o presidente Joseph Blatter será substituído interinamente por Issa Hayatou, presidente da CAF (Confederação Africana de Futebol), seu vice mais velho. E como seu chefe, Hayatou também teve seu nome envolvido em escândalo de corrupção na entidade.
No fim de 2010, Hayatou, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e o ex-mandatário da Conmebol Nicolas Leóz teriam recebido suborno da empresa de marketing esportivo ISL. Documentos obtidos pela BBC comprovaram as irregularidades, mas Hayatou não foi punido pela Fifa.
Hayatou até reconheceu à época ter recebido cerca de 16 mil euros da ISL, mas segundo ele, era apenas um valor para promover os 40 anos da entidade que preside desde 1987. Três anos depois, em 1990, entrou no Comitê Executivo da Fifa.
Outra acusação que pesa contra Hayatou é a de ter recebido propina de US$ 5 milhões para defender a candidatura do Catar à Copa de 2022 em congresso da CAF em Luanda, capital de Angola, em janeiro de 2010.
Hayatou sempre foi braço-direito de Blatter e garantia a ele muitos votos africanos nas eleições da Fifa. Foi do continente que Blatter que vieram a maioria dos votos que lhe garantiram as eleições na Fifa desde 1998.
Hayatou fica à frente da Fifa até as eleições em 26 de fevereiro de 2016 e já declarou que não pretende se candidatar ao cargo.
Todas as operações da Fifa seguem como responsabilidade do atual secretário-geral interino, Markus Kattner. Ele assumiu o posto depois da demissão de Jérôme Valcke, que também foi suspenso hoje por 90 dias pelo Comitê de Ética da entidade.