Por pedro.logato

Rio - Transformar o jiu-jitsu em esporte olímpico é um sonho antigo que sempre esbarrou em diversos problemas, entre eles o número excessivo de federações e a falta de diálogo entre as autoridades que comandam a modalidade. Nesta semana, porém, o jiu-jitsu deu um passo muito importante para tentar figurar numa futura edição dos Jogos. As federações Internacional e Sul-Americana assinaram junto à Federação Carioca um termo de parceria, onde usarão as mesmas regras e sistema de ranking a partir de 2017. O acordo foi firmado entre os presidentes da SJJIF (Sport Jiu-Jitsu International Federation), João da Silva, da SJJSAF (Sport Jiu-Jitsu South American Federation), Cleiber Maia, e da FJJRIO (Federação de Jiu-Jitsu do Rio de Janeiro), Robson Gracie, que será nomeado presidente honorário da SJJIF.

As federações Internacional e Sul-Americana assinaram junto à Federação Carioca um termo de parceriaNilo Junior - Ideallize AC

Na ocasião, o Ministro do Esporte, Leonardo Picciani, que abriu o Seminário Brasil Esportes, no Museu do Amanhã, conversou brevemente com Cleiber e Robson e reiterou, em seu discurso, o seu apoio à missão de levar o jiu-jitsu às Olimpíadas.

"Pela primeira vez na história vemos um um Ministério dos Esporte imbuído na construção de um projeto olímpico para o Jiu-Jitsu que foi desenvolvido no Brasil, mas que hoje é um fenômeno internacional. Mais importante do que isso é perceber que a comunidade esportiva está integrada nessa missão e feliz por finalmente perceber que o patrimônio cultural esportivo que construímos nos últimos 50 anos está sendo representado dignamente e preservado por um grupo de federações e pessoas que compartilham do mesmo ideal. Essa união é fundamental para legitimar o investimento do Ministério em prol de um desejo coletivo da nossa nação. Até então, víamos ações desagregadas, mas agora vamos construir uma nova realidade para o nosso esporte", disse Cleiber.

Desde 2015, a SJJIF vem trabalhando para que o esporte seja reconhecido pelo COI (Comitê Olímpico Internacional). Em abril de 2016, representantes da SJJIF estiveram no Sport Accord Convention, evento do COI, na Suiça, apresentando o projeto do Jiu-Jitsu Olímpico. Desde então, a Federação vem cumprindo uma série de exigências do COI para que seja reconhecida pela entidade. Entre elas, a aprovação por parte da TAFISA ( The Association for International Sport for All ) e da WADA ( World Anti-Doping Agency), cujo pedido já foi feito pela SJJIF. Na ocasião, Nuzman disse que a maior dificuldade que o COB tinha de apoiar uma federação ou confederação brasileira de Jiu-Jitsu no Brasil é que existem hoje muitas federações e seria importante que elas se unificassem para um melhor desenvolvimento do esporte no Brasil.

A assinatura de parceria entre a FJJRIO e a SJJSAF quebra um paradigma histórico no mundo do jiu-jitsu, pois une as duas federações internacionais que promovem o jiu-jitsu olímpico à primeira federação de Jiu-Jitus da história, fundada na década em 1967. Além disso, esse união resgata os valores perdidos decorrentes de alterações da regra, tornando as lutas mais justas e com entendimento mais fácil para o público. O próximo passo, aqui no Brasil, é a filiação de uma Federação Brasileira à SJJSAF / SJJIF.

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