Por bferreira
Rio - Esporte olímpico a partir dos Jogos de Tóquio- 2020, o skate vive uma polêmica em torno da participação brasileira na competição. A pouco mais de três anos para a Olimpíada, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) reconheceu a Confederação Brasileira de Hóquei e Patins (CBHP) como representante e administradora do skate durante o ciclo olímpico, o que causou a indignação dos atletas. Atual hexacampeão mundial de skate bowl, Pedro Barros é um dos líderes do movimento entre os skatistas que pedem que a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) passe a ser a representante de fato do esporte durante os ciclos olímpicos a partir de Tóquio.
Pedro Barros quer a Confederação Brasileira de Skate como representante do esporte para Tóquio-2020Sandro Vox / Agência O Dia

“O skate é um estilo de vida, não é só um esporte. A gente tem um estilo próprio e se for parar em mãos erradas, que não sabem do que se trata, eles vão fazer o skate virar algo cem por cento comercial e não é isso que a gente quer”, disse o jovem skatista, de 21 anos.

Durante a preparação para o Oi Bowl Jam, evento que tem hoje suas finais no Parque Madureira, Pedro aproximou a situação do público que não é tão familiarizado ao skate. Um dos líderes da campanha ‘Somos Todos CBSk’ nas redes sociais, ele fez uma alusão ao esporte mais popular do país.

“É como se você pegasse o cara que criou o futebol, que colocou ele para ser jogado com os pés, criou as regras e aí depois de estabelecido, desse o comando do esporte para alguém do vôlei. Não faz sentido essa situação. São esportes diferentes, estilos diferentes, por isso que a gente pressiona. É o nosso estilo de vida, não pode ser passado para uma confederação diferente da nossa”, ressaltou.

Pedro conta com o apoio de outros skatistas, dentre eles um dos maiores nomes da história do skate no país. Bob Burnquist, precursor da modalidade no Brasil, reforça o coro de Pedro e vê como natural a postura em defesa à confederação de skate.
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“Eu faria o mesmo (não participar da Olimpíada no modelo atual). O que tem a ver o patins com a gente? Nada. Acho que isso é de momento, não vai colar. Mas se durar até os Jogos, acho que não só o Pedro, mas outros atletas não vão participar. A gente tem de fazer aquilo que a gente acredita. Se não for assim, melhor ficar em casa”, comentou Bob Burnquist.
Indicado ao Prêmio Laureaus, o Oscar do Esporte, Pedro Barros ressalta o desejo de representar o Brasil nas próximas edições dos Jogos Olímpicos. “A gente vai seguir lutando para reverter a situação. O meu objetivo é estar em Tóquio, da forma correta, representando o skate e o país do jeito certo”, completou.
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Reportagem do estagiário Antonio Júnior