São Paulo - O Neymar na melhor fase da carreira, mais maduro e menos no centro das atenções da seleção brasileira é quem será o capitão da equipe nacional nesta terça-feira, contra o Paraguai, pelas Eliminatórias. Todas essas definições vieram do próprio jogador, que disse nesta segunda-feira viver o melhor momento de sua trajetória como jogador.
O atacante do Barcelona receberá pela primeira vez a faixa depois da chegada do técnico Tite. O rodízio de capitães pela primeira vez vai contemplar o camisa 10, um prêmio para quem diz estar mais preparado.
"O importante é o modo de agir e de pensar, melhorar e eu venho melhorando no quesito tudo. Me estressei muito com pancadas, mas hoje estou mais tranquilo. Me vejo mais centrado", disse o jogador. "É o melhor momento da minha careira. Fico feliz e espero manter essa média elevada de jogos jogando bem", afirmou
Neymar havia sido capitão pela última vez na Olimpíada e depois pediu para não ser nomeado para o posto novamente. A mudança de postura foi um trabalho de Tite, responsável por convencer o atacante a repensar.
"A decisão que tomei após a Olimpíada, foi pelo que houve e pelo que falavam. Senti que não era o momento de exercer essa função. Com os meses de trabalho do Tite, além do grupo ser maravilhoso, é por ele, que vale qualquer esforço", afirmou.
O artilheiro do Brasil nestas Eliminatórias, com cinco gols, tem vivido um momento de menos holofotes. As boas atuações coletivas da equipe nas Eliminatórias, como os três gols de Paulinho sobre o Uruguai, tiraram do atacante do Barcelona o status de ser a única esperança da equipe para resolver os jogos.
Tite teve essa percepção e procurou nos jogos anteriores incentivar o espírito coletivo, antes de ver a seleção preparada para voltar a ter como capitão um Neymar mais experiente. "Ele merece a tarja, é um líder técnico, um garoto amadurecendo com uma série de pessoas desumanas, com o enfoque que estava todo em cima dele. Ele passou por muita coisa", elogiou o treinador.
O camisa 10 do Brasil tem excelente histórico na arena, onde jogou duas vezes. A primeira aparição dele foi na Copa de 2014, quando marcou dois gols na virada por 3 a 1 sobre a Croácia, pela abertura da competição. O primeiro foi em um chute de fora da área para empatar a partida e o outro, já no segundo tempo, foi para converter pênalti polêmico sofrido por Fred.
O retorno dele ao local foi no ano passado, novamente com atuação decisiva, pelos Jogos Olímpicos. Nas quartas de final, contra a Colômbia, Neymar cobrou a falta que abriu o placar na vitória por 2 a 0. O resultado valeu a classificação à semifinal do torneio.
O jogador de 25 anos tem 51 gols marcados em 76 jogos e vive grande momento no Barcelona. Neymar ressaltou que não procura se comparar a Cristiano Ronaldo em uma eventual disputa para ser o melhor do mundo. "São dois craques em alto nível há dez anos. Os admiro, um está ao meu lado, venho aprendendo muito com ele. Só quero ser melhor do que eu, me superar todos os dias", disse.