São Paulo - A classificação antecipada para a Copa do Mundo da Rússia adiantou a programação da seleção brasileira em várias frentes. Até o fim do ano a comissão técnica vai intensificar a procura por amistosos contra equipes europeias, abrir oportunidades para convocar novos jogadores e definir o local onde será a concentração da equipe durante o Mundial.
A seleção voltará a se reunir em junho para amistosos na Austrália contra a equipe da casa, no dia 13, e a Argentina, no dia 9, com possíveis novidades entre os convocados. A vaga garantida na Rússia e a boa fase dão ao técnico Tite mais segurança para tentar opções diferentes. "Temos a oportunidade de uma série de outros jogadores atuarem para que a competição em alto nível aconteça", afirmou o treinador.
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Os testes devem contemplar também as duas próximas rodadas das Eliminatórias, em agosto e setembro, com partidas contra Equador e Colômbia. Os novatos nas convocações virão de uma pré-lista analisada pela comissão técnica de 56 nomes. Esses jogadores têm sido monitorados pelos membros da equipe de Tite com viagens para ver treinos e jogos.
Entre os atletas analisados estão os goleiros Diego Alves (Valencia) e Danilo Fernandes (Inter), os zagueiros Felipe (Porto) e Gabriel Paulista (Arsenal), o lateral Fabinho e o atacante Lucas (Paris Saint Germain). Nos oito jogos pelas Eliminatórias em que esteve à frente na equipe nacional, Tite convocou até o momento 39 atletas.
"Eu sei que se eu repetir o que estou fazendo no Palmeiras voltarei a ser lembrado", disse o atacante Dudu, uma das novidades da última lista. "A seleção está aberta a todos, com transparência. É o caso do Mariano, o acompanhamos e agora foi chamado", explicou Tite.
Para avaliar a montagem do elenco, Tite deve ter outros amistosos além dos já marcados contra Austrália e Argentina. A CBF quer agendar outro confronto para novembro contra alguma seleção europeia. "Queremos algum adversário de primeiro escalão Temos que aguardar mais alguns meses para ver se na data desejada a nossa adversária estará livre da disputa das Eliminatórias", disse o coordenador de seleções da CBF, Edu Gaspar.
O Brasil não enfrenta equipes da Europa há dois anos. O último jogo foi contra a França, uma vitória por 3 a 1 em amistoso, em Paris. "Temos que nos preparar contra escolas de futebol diferentes, de outros continentes e características", afirmou o dirigente.
Ninguém, porém, deve esperar mudanças profundas na lista de convocados da seleção. Afinal, a manutenção da base vem sendo uma das marcas da seleção brasileira sob o comando de Tite. Foi assim na definição da lista de convocados para os recentes compromissos com Uruguai e Paraguai, quando apresentou apenas três nomes diferentes em relação aos que haviam sido chamados para os compromissos anteriores pelas Eliminatórias.
Tite apostou no goleiro Ederson, no meia Diego e no atacante Diego Souza, que substituíram Alex Muralha, Lucas Lima e Gabriel Jesus, respectivamente. Vale lembrar, porém, que o atacante do Manchester City só foi descartado por estar afastado dos gramados por causa de uma grave lesão.
Posteriormente, o treinador chamou Dudu como substituto de Douglas Costas, cortado por ter se contundido, além de Mariano para a vaga de Daniel Alves, suspenso do duelo com o Paraguai.
Até agora, porém, o treinador preferiu consolidar uma base, a ponto de 16 jogadores terem sido incluídos em todas as suas listas de convocados para as Eliminatórias. São eles: Alisson, Weverton, Daniel Alves, Fagner, Filipe Luís, Marcelo, Gil, Marquinhos, Miranda, Casemiro, Giuliano, Paulinho, Philippe Coutinho, Renato Augusto, Willian e Neymar.
Dificilmente eles não estarão nos quatro últimos compromissos do Brasil nas Eliminatórias, diante de Equador (31 de agosto, em casa), Colômbia (4 de setembro, fora), Bolívia (5 de outubro, fora) e Chile (9 de outubro, em casa), e também na Copa do Mundo na Rússia.
Gaspar vai viajar à Rússia no próximo domingo para avançar em outra etapa no planejamento, a escolha do local de concentração durante a Copa do Mundo. A comissão técnica enviou representantes ao país outras três vezes. A próxima ida será a mais importante, por ser a responsável para trazer ao técnico Tite uma lista restrita de opções. "É um mundo de detalhes. Preciso de uma cidade com boa estrutura, mas próxima de algum grande centro", explicou Gaspar.
Com informações do Estadão Conteúdo