Zurique - O presidente da Fifa, Gianni Infantino, saiu em defesa do meia Sulley Muntari nesta terça-feira e, ao lamentar atitudes racistas no futebol, afirmou que há "idiotas" em todos os lugares. O jogador do Pescara causou repercussão ao se revoltar contra insultos racistas num jogo do Campeonato Italiano, no dia 30 de abril, e ser expulso de campo.
"Conversarei com o Muntari e vamos trabalhar juntos", disse Infantino, antes de reunião do Conselho da Fifa, em Manama, no Bahrein. O ganês afirmou publicamente que fora tratado como "criminoso" após ter sido expulso de campo no jogo entre o Pescara e o Cagliari.
Nos minutos finais daquele jogo, o meia foi alvo de insultos racistas. Revoltado, o jogador de 32 anos relatou o ocorrido para o árbitro, que ignorou o fato e ainda puniu o atleta com um cartão amarelo por reclamação. Irritado, Muntari deixou o campo de jogo e dirigiu-se à torcida para cobrar satisfação, momento em que o árbitro, então, o puniu com o segundo cartão amarelo, e consequentemente o vermelho, por deixar o campo sem sua permissão.
A expulsão gerou ainda mais polêmica quando a Federação Italiana de Futebol (FIGC) decidiu manter a suspensão automática do jogador. Diante de repercussão mundial, a entidade italiana reviu sua decisão e anulou a suspensão de Muntari.
A atitude do meia em campo foi defendida pelo presidente da Fifa "O processo de três etapas, nestas circunstâncias, é parar o jogo e fazer um anúncio; parar o jogo por um período de tempo e tirar os jogadores de campo", afirmou Infantino, ao reafirmar protocolo da Fifa em casos de racismo.
"Infelizmente idiotas... Há sempre idiotas em todos os lugares, mas temos que enfrentá-los", declarou o dirigente. "É bom trazer estes casos à tona. Temos que trabalhar."
O presidente da Fifa disse também que conversará com dirigentes italianos sobre o caso. "Claro que vou falar com [Carlo] Tavecchio", afirmou Infantino, referindo-se ao presidente da federação, que já foi punido ele mesmo por atos considerados racistas. "
Secretária-geral da Fifa, Fatma Samoura foi mais longe ao afirmar que dirigentes italianos poderão sofrer punições por causa do episódio. "O que importa é que o Comitê de Disciplina tem que agir logo e com melhor qualidade. Tenho meus pensamentos pessoais sobre casos como esse. Estou aqui para garantir que a Fifa tome as decisões adequadas para casos de discriminação como esse", afirmou Samoura, que, assim como Muntari, é negra.