Austrália - Jorge Sampaoli estreará pela Argentina sob expectativa de causar em sua seleção o mesmo impacto que o técnico rival desta sexta-feira teve no adversário. Igualar o trabalho de Tite no Brasil não será tarefa fácil, mas uma vitória no clássico que acontecerá em Melbourne, na Austrália, às 7h05 (de Brasília), garantiria um ótimo primeiro passo.
O próprio Tite reconhece a qualidade de Sampaoli e por mais que tente evitar comparações entre eles, admite ter um "estilo parecido" com o do argentino. "Ele sabe das minhas características e a gente sabe das dele, pelas equipes que ele comandou. Temos um pensar, um estilo parecido de futebol. Será um grande clássico, com ideias de futebol parecidas", declarou nesta quinta.
Mas não são apenas as ideias de jogo que aproximam os dois treinadores. Assim como Tite no Brasil, quando substituiu Dunga após a eliminação na Copa América, Sampaoli assume a vaga de Edgardo Bauza com a Argentina em crise, correndo riscos de não se classificar para a Copa do Mundo do ano que vem, na Rússia. Para o treinador brasileiro, no entanto, um detalhe torna a tarefa do argentino ainda mais complicada.
"Ele (Sampaoli) foi muito corajoso (ao assumir a Argentina), porque era um momento difícil. Ele tem a dificuldade de ter só quatro jogos pela frente nas Eliminatórias, a gente tinha 12. Particularmente, acho que a Argentina vai passar. Passaria com Bauza e vai passar com Sampaoli. Mas vejo semelhança entre nossos casos pela dificuldade e a pressão", opinou.
Tite não se furtou a tecer diversos elogios ao adversário argentino, mas, ao mesmo tempo, admitiu que a partida desta sexta não será um "simples amistoso". Para o técnico, é justamente esta admiração de ambos os lados que traz tamanha rivalidade entre brasileiros e argentinos.
"Não é um amistoso, pela grandeza, o clássico que é. A gente só rivaliza com quem a gente admira. Nunca vi dois rivais que não reconhecem o poderio da outra equipe. Sabemos da dimensão da Argentina, e eles sabem da nossa."
Sobre o aspecto esportivo, Tite explicou que o confronto servirá para dar oportunidades a jogadores que não vinham atuando. Sem nomes como Daniel Alves, Marcelo e, principalmente, Neymar, o treinador quer estimular a competitividade entre os atletas, mas também que aqueles considerados reservas ganhem o padrão de jogo e a "coordenação de movimentos" equipe titular.
"O primeiro aspecto que levo em consideração é dar oportunidade ao jogador que está entrando de ter uma harmonia de equipe, entrosamento, para que aconteça esta coordenação de movimentos e a confiança", disse. "Tem que ter senso de equipe, saber jogar com Neymar e Dani Alves e sem os dois. Quero fomentar entre eles esta competição leal. Estão competindo pela titularidade, pela convocação."