Recife - A implantação do árbitro de vídeo é vista com bons olhos por muitas pessoas ligadas ao futebol, já que seria importante para evitar erros decisivos de arbitragem. Entretanto, Vanderlei Luxemburgo, técnico do Sport, tem opinião diferente. Para ele, a tecnologia faria o futebol "perder a essência".
Para justificar seu pensamento, Luxa afirmou que o Brasil não acredita na noção de ética, apontando que seria injusto cobrar esse tipo de ação dos jogadores.
"Tenho um pensamento um pouco complicado sobre isso. Vamos virar PlayStation. Ele vai ficar preocupado com aquilo ali no vídeo. Futebol é dessa forma, cara. O ser humano comete erro em qualquer segmento. O jogo tinha de dar um exemplo de ética, mas o país não tem ética, os dirigentes brasileiros não têm ética. A nação não acredita em ética. E você vai cobrar do jogador essa coisa lúdica, como se aquilo tivesse de ser exemplo?"
O treinador não parece ver problemas em erros de arbitragem, admitindo que eles acontecem porque o ser humano é passível de cometer esse tipo de equívoco. Luxemburgo ainda aponta que as partidas ficariam mais monótonas, caso a tecnologia seja de fato implementada.
"Na época do Mário Vianna, cansamos de chamar juiz de ladrão. Ouvíamos os jogos pelo rádio. Os erros acontecem, são do ser humano. O meu pensamento é que vai chegar a tecnologia, e o jogo vai ficar chato como um jogo de vôlei. E o futebol vai perder a essência."
Recentemente, o Sport esteve em meio a polêmica relacionada a arbitragem. Em partida contra o Vasco, o clube pernambucano teve um pênalti a seu favor, que acabou sendo revertido após cinco minutos. Ronaldo Alves, zagueiro rubro-negro, ainda afirmou que os juízes brasileiros fazem parte de uma máfia.