Por bferreira

Paraguai - Um juiz paraguaio aceitou nesta quinta-feira dar sequência ao processo de extradição aos Estados Unidos de Nicolás Leoz, ex-chefe do futebol sul-americano, envolvido no escândalo de pagamento de propinas milionárias conhecido como 'Fifagate'.

Nicolas Leoz foi presidente da Conmebol por muitos anosDivulgação

Contudo, o juiz ordenou que "antes de proceder, deverá constituir-se uma junta médica" para avaliar a saúde do ex-dirigente de 89 anos, que atualmente está em prisão domiciliar em Assunção.

A decisão judicial coincide com a apresentação de provas e declarações incriminatórias feitas nesta semana por um ex-empresário argentino durante o julgamento em Nova York de ex-dirigentes sul-americanos.

Ricardo Preda, advogado de Leoz no pleito pela extradição, declarou à AFP que apelará da decisão em segunda instância. Caso perca o recurso, poderá apelar à Suprema Corte de Justiça do Paraguai.

Leoz é um dos 42 ex-dirigentes de futebol das Américas e empresários esportivos acusados de corrupção pelo governo americano e pela investigação 'Fifagate'. Três deles, que se declararam inocentes de todas as acusações, estão sendo julgados em Nova York.

São eles o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marín, 85 anos, o paraguaio Juan Ángel Napout, 59 anos, ex-presidente da Conmebol e ex-vice-presidente da Fifa, e o ex-chefe do futebol peruano e ex-integrante do comitê de desenvolvimento da Fifa, Manuel Burga, 60 anos.

No julgamento, o argentino Alejandro Burzaco, ex-presidente da empresa de marketing Torneos e Competencias, compareceu nesta semana como testemunha protegida das autoridades americanas e denunciou um amplo esquema de subornos a ex-dirigentes da Conmebol para garantir a concessão dos direitos de transmissão dos torneios internacionais de futebol.

As denúncias de Burzaco geraram grande repercussão na Argentina. O empresário acusou o todo-poderoso ex-chefe do futebol argentino Julio Grondona, falecido em 2014.

Burzaco afirmou que sua empresa e seus clientes Televisa, do México, e TV Globo, do Brasil, pagaram a Grondona 15 milhões de dólares em propina pelos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2026 e 2030.

Ambas as empresas negaram as acusações.

Você pode gostar