Rio - O promotor Paulo Castilho, do Ministério Público de São Paulo, pediu nesta sexta-feira ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que seja estendido para todo o Brasil uma punição criada no Estado de São Paulo para a Mancha Alviverde, a maior organizada do Palmeiras. O objetivo é que em todos os estádios brasileiros a facção seja proibida de levar faixas, camisas e adereços que a identifiquem.
"O intuito é a proibição feita em São Paulo sobre organizadas seja estendida liminarmente para todos os Estados, por uma determinação da Justiça Desportiva", afirmou o promotor. A atitude foi tomada após o incidente do último domingo, quando a van que levava a delegação do time ao estádio Allianz Parque, em São Paulo, para o jogo contra o Flamengo foi alvo de um protesto.
No ato, torcedores arremessaram pamonhas e pipocas. Um vidro acabou quebrado e os estilhaços atingiram dois jogadores e mais a nutricionista da equipe. O presidente do Palmeiras, Mauricio Galiotte, emitiu nota oficial para criticar o episódio e solicitou investigação policial.
Paulo Castilho afirmou que encaminhou uma representação ao procurador do STJD, Felipe Bevilacqua, para que a restrição existente à torcida organizada em São Paulo possa ser aplicada em todos os Estados. "É uma suspensão de que ela se manifeste nos estádios de futebol. Isso mexe diretamente na parte financeira, pois não poderão mais organizar caravana, vender camisa e bonés, o que rendia dinheiro para a organizada", explicou.
No momento, o pedido feito pelo MP se refere exclusivamente à torcida organizada do Palmeiras. Segundo Paulo Castilho, um dos objetivos é ampliar a medida tanto para outros clubes, como para outros Estados. "Não adianta fazer uma punição que só vale em São Paulo. O certo é ser no Brasil todo. Os promotores de outros Estados estarão atentos para pleitear no STJD a mesma restrição", afirmou.
Em julho deste ano, uma reunião na Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) flexibilizou as limitações impostas ao uso dos adereços das torcidas organizadas nos estádios paulistas. No encontro, que teve a presença de clubes, policiais e Federação Paulista de Futebol (FPF), foi acertado o retorno dos adereços para as praças esportivas.