Depois, eles souberam que o time argentino teria sido transferido para um hotel em Copacabana, na Zona Sul, mas não sabiam em qual. Então, os torcedores promoveram atos de vandalismo na porta de cada hotel na Rua Siqueira Campos e nas avenidas Princesa Isabel e Atlântica. O grupo arrancou pedras portuguesas das calçadas na região e jogaram em direção aos prédios. Houve apreensão de 25 morteiros, além pedras portuguesas e garrafas de vidro.
Na manhã desta quarta, 30 pessoas ainda prestavam depoimento na 12ª DP (Copacabana). Após ouvidos, os dois soldados da Aeronáutica — assim como os outros detidos — foram liberados. Os envolvidos responderão por desacato, desordem e resistência à prisão.
A atitude do grupo foi reprovada pelos torcedores flamenguistas. O auxiliar de cartório Fabio Almeida, de 45 anos, afirmou que é contra violência e pede paz durante a final desta quarta. "Hoje vou ao Maracanã e o que eles [os envolvidos no tumulto] fizeram não leva a nada. Vamos torcer em paz e sair campeões", disse.
Já o advogado Marcus Vinícius Cunha, de 64 anos, reforçou que foi um ato de vandalismo. "Isso não é coisa de torcedor. O que eles fizeram é coisa de bandido. Esse povo nao representa o Flamengo. Eles usam do nome do time para promover confusões", destacou.
Após sair da delegacia, o pai de um menor e o filho fizeram ameaças aos jornalistas que estavam na porta da delegacia. Em um determinado momento, o adolescente chegou a tentar agredir um fotógrafo, mas foi contido por agentes da Guarda Municipal. De longe, pai e filho afirmaram que os "jornalistas iriam ter uma surpresa" e ainda fizeram gestos obscenos para os profissionais.
Final Sul-Americana
Flamengo e Independiente se enfrentarão na noite desta quarta-feira, no Maracanã, pela finalíssima da Copa Sul-Americana. No jogo de ida, os argentinos venceram por 2 a 1.
Para ser campeão, o Flamengo precisa vencer o Independiente por dois gols de diferença nesta quarta-feira. Vitória simples leva a partida para a prorrogação. Se chegar ao título, o clube carioca será o quarto clube brasileiro a conquistar a competição, que foi criada em 2002. Até hoje, somente Internacional (2008), São Paulo (2012) e Chapecoense (2016) ergueram o troféu.
Segundo a RioTur, cerca de 10 mil argentinos estão no Rio por conta do jogo, mas apenas 4 mil assistirão a partida.