O brasileiro Hugo Calderano, do tênis de mesa, com os pais, Marcos e Elisa, durante competição juvenil no Peru em 2011 - Arquivo Pessoal
O brasileiro Hugo Calderano, do tênis de mesa, com os pais, Marcos e Elisa, durante competição juvenil no Peru em 2011Arquivo Pessoal
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Aos 21 anos, Hugo Calderano tem como um dos sonhos na carreira mostrar para os brasileiros como o tênis de mesa pode ser emocionante. E ele tem feito bem a sua parte para popularizar o esporte no país: no domingo passado, foi vice-campeão do Aberto do Catar, coroando uma campanha brilhante, em que desbancou vários jogadores de destaque da modalidade. Em 15º lugar no ranking mundial, o carioca bateu três adversários em melhores colocações do que ele na listagem: o alemão Timo Boll, líder; o japonês Tomokazu Harimoto, 12º, e o chinês Lin Gaoyuan, quarto. Só parou na final diante do chinês Fan Zhendong, o segundo. Isso tudo numa competição Platinum, considerada o Grand Slam do tênis de mesa. Hugo é agora o segundo colocado do ranking da temporada, com 363 pontos.

"Minha evolução é resultado de um trabalho que vem sendo feito há anos. A escolha do Rio como sede da Olimpíada foi importante porque trouxe mais investimento entre 2013 e 2015 e me permitiu participar de muitas competições. A minha vinda para a Alemanha, em 2014, e meus patrocinadores permitiram que eu continuasse tendo ótima estrutura de treinamento após a Olimpíada", conta Hugo.

A mudança para a Alemanha, em 2014, para atuar pelo Ochsenhausen, foi determinante na sua trajetória. Lá, ele treina diariamente das 9h às 12h, vai para casa almoçar e descansar e volta à tarde para mais um período de treino das 16h às 19h. Aos domingos, normalmente joga. A saudade da família e do clima do Brasil existe, mas o carioca segue firme em busca dos seus objetivos: "Minha adaptação não foi difícil porque eu vim pra cá com muita certeza do que queria alcançar".

E assim ele colhe os frutos do período fora do país: "Meu jogo teve evolução pelo tempo e qualidade de treinamento. Aqui eu treino com outros atletas fortes e tenho a oportunidade de jogar regularmente contra atletas de alto nível, além de ser orientado por uma equipe técnica muito competente e experiente. Evoluí muito fisicamente também, fazendo um trabalho mais individualizado com meu preparador Mikael Simon".

Hugo, que cresceu no bairro do Flamengo e iniciou sua trajetória no esporte no Fluminense, já rebatia bolas nas brincadeiras em família desde muito novinho. Ele cresceu e os resultados foram aparecendo. Em 2014, ganhou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim. Em 2016, na Olimpíada do Rio, chegou às oitavas de final no Riocentro, igualando a campanha de Hugo Hoyama nos Jogos de Atlanta-1996.

"Foi uma das experiências mais legais da minha vida. Consegui jogar muito bem e ainda tive o apoio de uma torcida sensacional atuando em casa. Quero chegar a Tóquio na melhor forma possível e jogar no meu melhor nível", projeta Hugo, cheio de sonhos aos 21 anos: "Quero conquistar resultados especiais, mostrar para os brasileiros como o tênis de mesa pode ser emocionante e ajudar a popularizar o esporte no Brasil", acrescenta o atleta, cada dia com a 'bolinha mais cheia'.

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