O medo de perder tira a vontade de ganhar. A expressão, atribuída ao técnico Wanderley Luxemburgo, foi replicada, ontem, por Leandro Castan para resumir a fase do Vasco. Com o time em 14º lugar no Brasileiro e ameaçado de sofrer o quarto rebaixamento em dez anos (os outros foram em 2008, 2013 e 2015), o zagueiro, de 31 anos, admitiu que o grupo tem sentido a pressão de manter o Vasco na Série A. Prova disso, seria a única vitória nos últimos cinco jogos, com três empates e uma derrota.
"A gente acaba ficando com medo de perder, de arriscar. Sabe que, às vezes, alguns jogadores sentem vestir uma camisa dessa, pesada. Talvez os mais experientes tenham de passar tranquilidade aos outros. Eu sei da minha responsabilidade e também assumo. Não está dando certo nesses jogos. Tenho procurado falar para tirar esse peso das costas, jogar com mais tranquilidade. Nosso time tem qualidade", avaliou Castan, abatido com a derrota (2 a 1) para o Sport, sábado, em Recife.
A irregularidade do Vasco nas últimas rodadas incomoda Castan, que não identifica o motivo. "Se eu soubesse, não estaríamos assim. Temos de trabalhar", frisou, isentando de culpa o técnico Alberto Valentim. "O trabalho dele é bom. Ele não precisa de mim para defendê-lo. Chegou há pouco tempo, perdeu jogadores. Para mim ele não errou na formação. Contra o Cruzeiro jogamos com três volantes, ganhamos e ninguém falou nada", frisou o zagueiro, ciente de que, fora de casa, o Vasco tem apenas 15% de aproveitamento, com sete empates e oito derrotas.
A solução para superar o momento delicado, segundo Castan, está na dedicação. "Quanto menos falar, melhor. Temos que trabalhar. Ninguém está satisfeito. Após o jogo contra o Cruzeiro, não tivemos o mesmo desempenho. Pensávamos que seria o jogo para dar a alavancada", admitiu Castan, que pede apoio à torcida para não reviver o pesadelo pessoal de 2005, quando foi rebaixado pelo Atlético-MG. "Peço para o torcedor confiar na gente, temos que ter mais ações e assumir a responsabilidade", avisou.





