Laura Gross é repórter da
Laura Gross é repórter da "Rádio Guaíba"Reprodução
Por O Dia

Porto Alegre - Um triste ocorrido marcou a partida entre Internacional e River Plate-ARG, na última quarta-feira, no Beira-Rio. Antes de entrar no estádio, a repórter Laura Gross, da "Rádio Guaíba", foi beijada à força duas vezes por um torcedor colorado próximo ao portão de imprensa.

Em sua conta no Twitter, a jornalista relatou o ocorrido e afirmou que, mesmo pedindo diversas vezes para que os torcedores parassem, não foi ouvida.

"Próximo da entrada do portão da imprensa, onde ficou eu e outros colegas de rádio, por volta das 18h20 um torcedor que disse ser de São Miguel do Oeste tentou me beijar DUAS vezes. Não, não foi nenhuma e nem uma... foram DUAS. Ele estava acompanhado de outro “amigo”. Eu senti que estavam bêbados, dava muito bem para perceber. Começaram me dizendo que queriam dar entrevista porque eu era uma repórter MUITO LINDA. “Não podemos ir embora sem aproveitar, né?”. Tentei ouvi-los e não ser arrogante nem demonstrar medo. Mas, depois que um deles veio em minha direção, segurou minha cabeça e tentou me dar um beijo à força eu percebi que perdemos. Perdemos como seres humanos, humanidade, como sociedade. Ali, depois da primeira tentativa e de eu REFORÇAR pra ele parar e tentar sair a todo custo, ele seguiu. Sim, ele tentou MAIS UMA VEZ. Foi quando eu empurrei a cara do desgraçado com meu cotovelo e gritei mandando sair QUE EU NÃO QUERIA BEIJO. Ele disse DE NOVO, “mas tu é tão linda menina”. Pode parecer estranho pra você homem que tá lendo ou para algumas mulheres também. Mas isso foi em SEGUNDOS. tudo isso que eu estou relatando não deve ter durado 1 minuto", desabafou Laura em uma sequência de tuítes.

Em seguida, a repórter falou sobre como ficou abalada com o caso e ressaltou a importância de relatar casos de assédio.

"Sabe o quanto isso durou em mim? Até agora pela manhã. Até ontem quando não consegui terminar meu trabalho da forma como eu gostaria. Até ontem quando cheguei em casa e tentei dormir e só lembrava que o cara tinha me babado a bochecha e poderia ter sido pior. Eu não quero me fazer de vítima. Eu não quero SER VÍTIMA. eu não quero que mais NINGUÉM SEJA VITIMA. eu quero que os homens PAREM. eu quero que também parem de CLUBISMO. Eu vou relatar assédio em qualquer estádio, eu vou lutar pra isso ter fim", completou.

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