Adriano foi vice-artilheiro em 2017 e começou 2020 na briga
 - Nathan Diniz / AAP
Adriano foi vice-artilheiro em 2017 e começou 2020 na briga Nathan Diniz / AAP
Por HUGO PERRUSO

Aos 38 anos recém-comemorados, Adriano recomeça a carreira literalmente. Aposentado desde 2018, ele foi convencido por amigos a voltar aos gramados, aceitou o convite da Portuguesa da Ilha, e agora tem a possibilidade de voltar a jogar no Maracanã, hoje, contra o Fluminense. O atacante é vice-artilheiro neste início de Campeonato Carioca, com três gols em cinco jogos, num retorno que superou as expectativas pessoais.

"Estou em êxtase, curtindo muito essa volta. E o melhor é que joguei alguns minutos e fiz gols, o que me deixou muito feliz. Espero construir uma nova história para mim", disse.

A escolha de pendurar as chuteiras após defender o Nova Iguaçu no Carioca de 2018 - um ano antes, tinha sido vice-artilheiro pelo clube, atrás apenas de Guerrero - aconteceu naturalmente. Adriano chegou a treinar no Barra da Tijuca depois, mas optou por ficar mais tempo com os filhos Nickolas (de 11 anos), Heloísa (6), Helena (3) e Antonella (2). Entre viagens e passeios, investiu em duas lojas de roupas infantis e seguiu disputando suas peladas amadoras, o que ajudou a manter a forma.

"Preferi parar porque achava que não estava mais valendo a pena. Queria curtir minha família, procurei aproveitar esses anos e consegui desfrutar o que não pude durante minha carreira. Não me arrependo desses quase dois anos sem jogar, mas agora estão todos felizes com o retorno", disse.

Tudo mudou quando os amigos insistiram que Adriano voltasse aos gramados. Os ex-companheiros de Nova Iguaçu, Luiz Gustavo (lateral-direito) e Jefferson (goleiro), fizeram o convite para se juntar a eles na Portuguesa, que desde 2017 buscava contratá-lo. Mas o que pesou mesmo foi o sonho de poder dividir o momento de ser jogador de futebol com o filho Nickolas.

"Está amarradão, já quis comprar o uniforme, vai a treinos e jogos, manda fotos minhas quando apareço na internet. Tudo que sonhei era que meu filho fosse grande e pudesse me acompanhar. Ele é canhoto, falei para ele que papai está velho e ele tem que ajudar no futuro (risos)", brincou.

Adriano ganhou a grande chance na carreira somente aos 25 anos, quando foi para o Internacional, onde conquistou a Recopa Sul-Americana de 2007 e a Copa Sul-Americana de 2008. Também defendeu o Vasco na Série B de 2009, marcando um dos gols na vitória por 2 a 1 sobre o Juventude no Maracanã, que garantiu o retorno à Série A. Nesses momentos, não pôde dividir com o filho, que era muito pequeno. 

Agora em outra realidade, cada gol ou atuação é um título, e Adriano tenta curtir esses momentos o máximo com a família. Aos 38 anos, desta vez quer ver até onde consegue ir. Depois do Carioca, acredita poder disputar a Série D com a Portuguesa  e não quer pensar em nova aposentadoria tão cedo. 

"Agora vou até onde me deixarem (risos). Não quero estar campo só para dizer que não parei de jogar. A partir do momento que sentir que não estou rendendo mais o que espero, vou ser o primeiro a falar e parar. Vou me cuidar ao máximo para evitar lesões e poder ter sequência", completou.

 

Jobson sem espaço
Publicidade
Outro jogador que busca um recomeço na Portuguesa da Ilha é Jobson. Entretanto, ao contrário do companheiro artilheiro, o atacante de 31 anos ainda não conseguiu emplacar.
Sem conquistar espaço na equipe, Jobson disputou apenas uma partida das seis que a Portuguesa fez no Carioca. O atacante jogou todo o segundo tempo contra o Macaé, pela seletiva, e só foi relacionado outra vez, contra o Friburguense, mas ficou apenas no banco.
Publicidade
Você pode gostar
Comentários