Jogos Olímpicos, em Tóquio.Philip Fong / AFP

Rio - O Comitê Olímpico Internacional (COI) recuou nesta quinta-feira e decidiu liberar imagens e vídeos de protestos de atletas em seus canais oficiais e em suas redes sociais. A mudança aconteceu após repercussão negativa causada pelo silêncio destes canais quanto aos protestos antirracistas protagonizados por seleções femininas de futebol na quarta.

Os times da Grã-Bretanha, Chile, Estados Unidos, Suécia e Nova Zelândia se ajoelharam no gramado antes do início de suas partidas, já válidas pelos Jogos Olímpicos de Tóquio - os primeiros eventos esportivos começaram na terça, embora a cerimônia de abertura aconteça somente na sexta. A equipe da Austrália exibiu uma bandeira em referência aos povos indígenas.
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Estas imagens foram excluídas do material oficial fornecido pelo COI aos veículos de imprensa que não puderam transmitir as partidas. Também não apareceram nas redes sociais oficiais do COI, apesar de terem ganhado forte repercussão nas redes não oficiais ao redor do mundo.

De acordo com o jornal inglês The Guardian, o COI e os organizadores dos Jogos de Tóquio haviam decidido banir a postagem de fotos de atletas se ajoelhando durante o evento em seus perfis oficiais. A decisão, contudo, acabou sendo revogada nesta quinta, após a repercussão negativa causada pelo silêncio da entidade quanto aos protestos.

Os protestos antirracistas viraram notícia mundial porque foi a primeira vez que manifestações deste tipo foram feitas durante uma Olimpíada com a permissão do COI. Isso só foi possível por causa de mudanças feitas na Regra 50 da Carta Olímpica que vetava manifestações políticas durante os Jogos.

A flexibilização da regra permite protestos deste tipo, que já vinham acontecendo em diferentes campeonatos e modalidades nos últimos meses, desde que sejam feitos antes do início dos jogos e disputas. Manifestações durante cerimônias ou no pódio seguem vetadas, com diversas punições previstas.