Tite na seleção brasileiraCarl de Souza / AFP
Decisões de Tite, como tirar Vinícius Júnior da partida, também foram questionadas. Antes do início da Copa, contudo ele já vinha desgastando a própria imagem com suas escolhas. A mais polêmica delas foi convocar Daniel Alves, na época com 38 anos e muito distante de ser jogador que fora em seu auge. O lateral-direito estava jogando no Pumas, do México, sem qualquer destaque e havia feito apenas 12 jogos. "Eu não vim para agradar as pessoas que estão no Twitter, nas redes sociais", disse Tite, na época, ao comentar as reações negativas.
Ao longo do segundo ciclo, o treinador já estava longe de ser unanimidade, embora ainda contasse com apoio massivo. A imagem que construíra de um profissional diplomático e justo já não carregava a mesma força de outrora. Seu discurso passou a ser lido, em muitos momentos, como performático ou pedante. Também teve de rebater críticas que apontavam nepotismo no fato de ter seu filho, Matheus Bachi, como auxiliar na seleção.
No fim das contas, parar nas quartas de final em duas Copas seguidas com a seleção mais vitoriosa da história foi o mais determinante para o ciclo se encerrar, em um cenário no qual o Brasil busca, desesperadamente, se recolocar na posição que ocupa desde 1958.
Quando ficou definido que não ficaria no comando da seleção, Tite afirmou que não trabalharia em nenhum time brasileiro em 2023. Havia a expectativa de que, mesmo com as frustrações nos Mundiais, conseguiria abrir caminho para trabalhar no mercado europeu. Ao longo do período em que ficou sem emprego, recusou propostas do conturbado Corinthians, que via nele uma figura de salvador.
Os "nãos" abalaram a relação com parte da torcida corintiana, ainda mais depois que ele foi anunciado como treinador do Flamengo. No futuro, ele pode até a voltar a trabalhar no Corinthians, mas terá de reconquistar aqueles que sempre o tiveram como um dos maiores treinadores da história do clube.
No Flamengo, o início do trabalho de Tite foi elogiado pela consistência defensiva no pouco competitivo Campeonato Carioca, única competição que conquistou em sua passagem pelo time rubro-negro. Em competições maiores, nunca deixou de andar na corda bamba, entre momentos bons e ruins.
Deixa o clube em quarto lugar do Brasileirão, com 48 pontos, a nove do líder Botafogo, e nas semifinais da Copa do Brasil, contra o Corinthians. Ainda não se manifestou sobre os planos para o futuro, mas, apesar de não ser mais unanimidade, tem espaço para voltar a trabalhar em gigantes do futebol brasileiro
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