William Rogatto em depoimento durante a CPI das ApostasReprodução
Conheça William Rogatto, o 'Rei do Rebaixamento', investigado por manipulação
Apontado como o chefe do esquema já disse que é responsável pelo rebaixamento de 42 clubes
Rio - Conhecido como "Rei do Rebaixamento", o empresário William Rogatto foi um dos alvos da "Operação VAR", realizada nesta segunda-feira (11), pela Polícia Civil. A ação contra esquemas de manipulação de resultado e lavagem de dinheiro em jogos da Série B1 do Campeonato Carioca foi realizada em conjunto com a Delegacia do Consumidor (Decon).
William Rogatto, de 34 anos, foi apontado como o chefe do esquema. No início de outubro, ele prestou depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado, e disse que é responsável pelo rebaixamento de 42 clubes e que ganhou mais de R$ 300 milhões com fraudes esportivas. O empresário afirmou que o futebol brasileiro está corrompido.
"Eu sou a máquina que está oferecendo dinheiro mais fácil para o atleta e dando dignidade para o cara dar de comer à família dele. Fui um dos maiores. Se não o maior, um dos mais organizados. Eu já trabalhei e operei nas 26 unidades da federação e no Distrito Federal. Inclusive, no Distrito Federal, foi onde eu bati de frente com um cara muito forte. Eu perdi (a briga de poder) e fiquei exposto", disse à CPI.
O empresário tem histórico de manipulação de campeonatos nacionais e internacionais. Em depoimento à CPI, William Rogatto expôs que comprava árbitros, jogadores, dirigentes e presidentes de clubes de todo o Brasil. Ao todo, as suas operações envolvem todos os estados brasileiros e nove países. Ele justifica seu envolvimento como uma oportunidade em "brecha" do sistema, que é "antigo e estruturado".
William Rogatto estava morando em Portugal quando prestou depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas. O empresário estava foragido e foi preso na última sexta-feira (8), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou nesta segunda-feira (11) uma operação contra esquemas de manipulação de resultado e lavagem de dinheiro em jogos da Série B1 do Campeonato Carioca sub-20. A ação, chamada de "Operação VAR", foi feita em conjunto com a Delegacia do Consumidor (Decon) e cumpriu 11 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A investigação começou após uma solicitação da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), que apontou resultados suspeitos na Série B1 sub-20 do Carioca de 2024. As ordens de busca e apreensão foram expedidas pelo Juizado do Torcedor e Grandes Eventos, com endereços na Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Vila Valqueire, Duque de Caxias e Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e um em São Paulo.
O jogo que gerou o início da investigação foi entre Belford Roxo e Nova Cidade, em junho. Houve um alto volume de apostas, com localização na Ásia. Na ocasião, os apostadores combinaram apostas com vitória do Nova Cidade no primeiro tempo e vitória do Belford Roxo na partida. O Nova Cidade foi para o intervalo vencendo por 3 a 1, mas terminou derrotado por 5 a 3, sofrendo quatro gols no segundo tempo.
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