Rio - O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro propôs uma ação civil pública para que a Fúria Jovem, umas das principais torcidas organizadas do Botafogo, seja proibida de frequentar estádios por três anos.
Com base no Estatuto do Torcedor, a ação foi encaminhada ao Juizado do Torcedor e Grandes Eventos. A iniciativa foi motivada pelas confusões em partidas contra Flamengo e Atlético-MG, pela Copa do Brasil. Em ambas, houve "tumulto e violência" do lado de fora do estádio.
Segundo as investigações, cerca de trezentos integrantes da Fúria Jovem, juntamente com outras organizadas, saíram de uma rua, na qual se escondiam para a emboscada, e atacaram os torcedores do Flamengo que estavam desembarcando na estação de trem de Madureira.
O efetivo do GEPE, que aguardava a chegada dos flamenguistas, agiu rechaçando a Fúria Jovem e foi atacado com arremesso de paus, pedras, barras de ferro. Na ocasião, foram presos 49 integrantes da torcida organizada botafoguense.
Já no jogo entre o Botafogo e Atlético-MG, foi apurado que houve uma confusão generalizada envolvendo a Fúria Jovem e a Galoucura do clube mineiro. Neste confronto foram detidos dez torcedores, sendo sete integrantes da torcida organizada do time carioca, incluindo seu presidente Luiz Felipe Fonseca da Silva; e os outros três, da Galoucura.
Leia a íntegra da nota do MP-RJ:
"O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) propôs, nesta quarta-feira (30/8), Ação Civil Pública para que a Torcida Organizada Fúria Jovem do Botafogo seja impedida de comparecer a eventos esportivos pelo prazo de três anos. A 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva e Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Capital inclui associados ou integrantes no pedido de suspensão.
Com base no Estatuto do Torcedor, a ACP com pedido de liminar foi encaminhada ao Juizado do Torcedor e Grandes Eventos. A ação foi motivada pelo fato de a Fúria Jovem do Botafogo ter promovido tumulto e praticado violência, no último dia 16 de agosto, no clássico entre Botafogo e Flamengo, no Estádio Nilton Santos e na partida de futebol disputada entre o Botafogo e Atlético-MG, realizada no dia 9 de julho na mesma arena esportiva.
Expedientes administrativos encaminhados ao MPRJ pelo Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE) da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro revela o envolvimento de integrantes da torcida em brigas, violência, confrontos e emboscada, sob o comando de seu presidente, Luiz Felipe Fonseca da Silva, vulgo “Canelão”.
De acordo com as investigações, cerca de trezentos integrantes da Torcida Fúria Jovem do Botafogo, juntamente com outras organizadas, saíram de uma rua, na qual se escondiam para a emboscada, e atacaram os torcedores do Flamengo que desembarcavam na estação de trem de Madureira, havendo vários tiros de arma de fogo por parte da torcida organizada do Botafogo.
O efetivo do GEPE, que se encontrava fora da estação de trem aguardando o desembarque da torcida do Flamengo, agiu rechaçando a Fúria Jovem e foi atacado com arremesso de paus, pedras, barras de ferro, sendo que dois integrantes do grupo policial se feriram na cabeça. Na ocasião, foram presos 49 integrantes da torcida organizada botafoguense.
Houve, também, outro tumulto generalizado na saída “Norte” do Estádio Nilton Santos, local de concentração da Torcida Fúria Jovem do Botafogo, com arremesso de garrafas e diversos materiais contra a cavalaria e demais agentes da Polícia Militar.
Para confirmar a prática reiterada de atos violentos por parte da torcida, o GEPE encaminhou ao MPRJ documento com a notícia do envolvimento de integrantes da Fúria Jovem do Botafogo em violência e tumulto generalizado.
Já na partida de futebol realizada entre o Botafogo e Atlético-MG, foi apurado que houve tumulto generalizado envolvendo as torcidas organizadas Fúria Jovem do Botafogo e a Galoucura do clube Atlético Mineiro. Neste confronto foram detidos dez torcedores, sendo sete integrantes da torcida organizada do Botafogo, incluindo seu presidente Luiz Felipe Fonseca da Silva; e os outros três, da Galoucura".