Kanu ensaia uma bicileta, mas erra bola: imagem retrata a queda do Alvinegro dentro e fora de campo - Vitor Silva/Botafogo
Kanu ensaia uma bicileta, mas erra bola: imagem retrata a queda do Alvinegro dentro e fora de campoVitor Silva/Botafogo
Por MARCELO BERTOLDO
Rio - A campanha que culminou a queda do Botafogo para a Série B do Campeonato Brasileiro, a terceira em 117 anos, foi uma contradição às palavras de Lamartine Babo na composição do hino do Botafogo: 'Tu és o Glorioso, não podes perder, perder para ninguém'. O trecho, cantado em verso e prosa pela torcida, não teve eco na vazia arquibancada ou no gramado do Nilton Santos. A derrota por 1 a 0 para o Sport, nesta sexta-feira, selou o triste destino que parecia desenhado desde o início da competição.
Seja pela má gestão da antiga diretoria, pelo fracasso em contratações como Honda e Kalou e o troca-troca no comando técnico, que começou com Paulo Autuori, teve sequência com Bruno Lazaroni, que foi substituído pelo argentino Ramón Diaz, demitido antes mesmo da estreia. Eduardo Barroca assumiu no fim de novembro uma missão que parecia impossível.
Publicidade
A média de idade da escalação do Botafogo foi de 22,3 anos. A culpa do triste capítulo na história do clube, porém, não é da garotada, que, como cita o hino, 'foste herói no empate com o Palmeiras, campeão da Libertadores, e até na derrota para o Sport. Sopro de esperança de um futuro reluzente, Matheus Nascimento, de apenas 16 anos, foi o retrato do que o torcedor esperava presenciar ao longo do brasileiro: raçudo, insinuante e ousado. Com três boas finalizações, a joia, com multa na casa dos R$ 300 milhões, foi uma alento na chuvosa e melancólica noite carioca.
Ao lado de Kanu, Caio Alexandre, o promissor atacante é 'pedra' fundamental no processo de reconstrução do Botafogo. O gol de pênalti de Maidana, muito questionado pelos alvinegros após a marcação de toque de mão de Romildo, foi um balde de água fria, aos 23 minutos do primeiro tempo. Pior mandante do Brasileiro, com apenas duas vitórias em casa, o Botafogo parecia calejado. Não se entregou, mas faltou qualidade e maturidade para promessas como Rafael Navarro em alguns momentos.
Publicidade
Com duas grandes defesas, Luan Polli adiou a 'explosão' do menino Matheus Nascimento. Igualmente desesperado para permanecer na elite, o Sport se retraiu e administrou a pressão. Com quase 70% de posse de bola e mais de 20 finalizações, o Botafogo não conseguiu furar a eficiente retranca armada pelo técnico Jair Ventura, revelado pelo clube. E de forma triste, o Botafogo, lanterna, com 24 pontos, esteve muito distante de caminhar 'na estrada dos louros' e viu o 'facho de luz' se apagar e 'tua estrela solitária' o conduzir para a Série B em 2021.
 
Publicidade
BOTAFOGO X SPORT
Local: Estádio Nilton Santos
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira (SP)
Gols: 1º tempo - Maidana (23 minutos). 
Cartões amarelos: José Welison; Betinho, Ewerthon e Raul Prata
Cartão vermelho:
Público: Jogo com os portões fechados

Botafogo: Diego Loureiro, Kevin, Sousa, Kanu e Victor Luis (Hugo); José Welison, Romildo (Matheus Babi) e Caio Alexandre; Matheus Nascimento (Lecaros), Cesinha e Rafael Navarro (Kalou). Técnico: Eduardo Barroca

Sport: Luan Polli, Patric, Maidana, Adryelson e Júnior Tavares (Sander); Marcão, Betinho (Márcio Araújo), Ewerthon (Rafael Thyere) e Thiago Neves (Luciano); Marquinhos (Raul Prata) e Dalberto. Técnico: Jair Ventura