Luís Castro, técnico do BotafogoFoto: Vitor Silva/Botafogo

Rio - O treinador Luís Castro dirigiu o Botafogo em apenas duas partidas no Nilton Santos, mas em tão pouco tempo já conseguiu perceber o quanto é especial o torcedor alvinegro. Ao viver a atmosfera do estádio cheio e ao poder contar com o apoio de tantos simpatizantes, o técnico português destacou a importância da troca entre elenco e torcida.
"O que sinto no estádio é fantástico, união perfeita entre equipe e torcida. Equipe é o que representa os torcedores, é a parte mais visível, a parte viva é sua torcida, que é o coração do clube. E é fantástico ver o coração bater como o coração do Glorioso.", disse em entrevista à Botafogo TV.
Com as contratações da "Era John Textor" e a chegada de Luís Castro, o estilo de jogo do Alvinegro mudou. Apesar disso, o português prefere não dizer que a equipe tem a sua cara. O treinador destacou a tradição que o Botafogo tem e que é de acordo com ela que sua equipe precisa se comportar. 
"O Botafogo tem a sua cara, não precisa da cara do Luís Castro, tem uma história e um passado que lhe dão cara. Tem pessoas que fizeram essa cara, é mundialmente conhecido. Temos que respeitar o passado e construir o futuro sempre no presente, é o que estou a fazer. Cara do treinador é como equipe ataca, se defende e se comporta em campo. Isso sempre teve. É uma cara mutável com treinadores, mas o Botafogo tem a sua, de impacto forte. Queremos sempre cara sorridente e de grande orgulho.", afirmou.
Luís Castro também comentou o tema da moda no futebol: a intensidade. Segundo o técnico, muitas das vezes, a pressa e a forma intensa de jogar, pode atrapalhar uma proposta tática mais interessante. 
"A intensidade com que se joga e a energia que se põe a jogar faz muitas vezes atropelar caminhos necessários para chegar da melhor forma à baliza adversária. Isso torna o futebol um pouco mais confuso, mas falarem que lado mais tático não é cuidado não estou de acordo. Muitas vezes a pressa e a intensidade não fazem acertar os caminhos da baliza.", analisou e completou:
"O Brasil é a maior formação mundial de jogadores, pela forma que trabalha em sua base. Podia ser melhor? Mas é assim culturalmente, vai demorar anos e anos para mudar. Nos interessa mudar o que não estiver bem, gramado, centro de treinamento, situação metodológica, mas não é que vai ser decisivo. Condições de trabalho podem ser melhoradas.", concluiu.