Rio - Os números são sintomáticos e apontam para um diagnóstico preocupante: o problema do Flamengo talvez não estivesse no banco de reservas. Com 52,38% de aproveitamento em nove jogos, Mano Menezes tem desempenho inferior ao início do trabalho de Jorginho à frente do time, com 66,66%. Ambos passaram recentemente pela Seleção, tiveram tempo para trabalhar, mas não conseguiram fazer o Flamengo jogar bem.

O aproveitamento tanto de Jorginho quanto de Mano, na frieza dos números, não chega a ser ruim. Numa análise mais profunda, porém, fica claro que nenhum deles conseguiu fazer o Flamengo honrar a sua grandeza.
Jorginho enfrentou, nos primeiros sete jogos, apenas um grande clube, o Fluminense, que atuou com um time misto. Jorginho venceu, além do Flu, o Bangu, e o Remo, duas vezes, pela Copa do Brasil; empatou com Boavista e Duque de Caxias e perdeu para o Audax, no Carioca.
Embora tenha enfrentado adversários mais difíceis, Mano elevou seu índice contra equipes de menor expressão. Das três vitórias que obteve até agora, duas foram sobre o ASA pela Copa do Brasil. Além disso, seu time venceu o arquirrival Vasco pelo Brasileiro. Pela mesma competição foram dois empates, com Coritiba e Botafogo, e duas derrotas, para Internacional e Bahia.
Falta de tempo para trabalhar não serve de desculpa para Mano. Embora tenha assumido um trabalho em andamento — comandou seu primeiro treino no dia 19 de junho, durante a Copa das Confederações. Deu tempo até de vencer o São Paulo em um amistoso, antes da estreia contra o Coritiba, em 6 de julho.
“Vamos continuar sofrendo até a metade da competição. Nós temos um time em formação e isso é muito complicado numa competição disputada como o Brasileiro”, disse o técnico após a derrota para o Bahia por 3 a 0. O Flamengo está em 17º, na zona de rebaixamento, e há três jogos sem vencer no Brasileiro.