Por ulisses.valentim

Rio - A polêmica dos preços dos ingressos do segundo jogo da final da Copa do Brasil entre Flamengo e Atlético Paranaense parece não ter mais fim! Em coletiva realizada na tarde desta quarta-feira,a diretoria do Rubro-Negro rebateu as acusações de aumento abusivo dos ingressos e disse que a renda do jogo irá ajudar muito na compra definitiva de Elias, que tem seus direitos federativos pertencentes ao Sporting, de Portugal.

"A contratação do Elias depende de recursos, e a renda vai ajudar muito. Não vai ser com a renda que vamos contratar, mas também vai ajudar. Tudo isso faz parte de uma política de geração de recursos. Estão tentando nos impedir da maneira covarde", disse o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.

O diretor de marketing Fred Luz também fez críticas à postura do Procon: "Isso só acontece com o Flamengo. Todos os dias, no mesmo aeroporto, as mesmas companhias aéreas vendem passagens para os mesmos lugares e de manha é um preço e tarde outro. Às vezes isso chega a ser quatro vezes mais caro e ninguém fala nada", disse.

'Guerra dos ingressos' provoca confusão na GáveaDivulgação

Para presidente meia-entrada encarece renda nos jogos

O mandatário também revelou que fez esse aumento no preço do bilhete de entrada para a partida decisiva da competição nacional em virtude da grande quantidade de ingressos vendidos pela metade do preço.

"Para grande parcela da torcida, cobrar R$ 10 reais no Maracanã continua sendo caro, até porque para pagar o transporte boa parte vai ter dificuldade. Mas boa parte vai entrar de graça, e a maior vai pagar R$ 75, que é o sócio que vai ter direito a meia. No Rio, 80% dos ingressos são meia. Nós precisamos muito desses recursos para pagar os compromissos, temos direito de fazer e não podemos ser vítimas de arbitrariedade", disse.

O presidente também revelou que tudo que tinha ser feito para explicar esse aumento foi feito junto ao órgão de defesa do consumidor.

"O Flamengo respondeu a tudo que foi indagado. Não compareceu, mas mandou ofício. Pela arbitrariedade, só se compara ao que acontecia no regime militar, nada comparado a levar um menino do Flamengo que estava fazendo sua obrigação. O Bernardo que está lá, e não foi liberado porque chegou lá e foram almoçar. Deixaram ele lá. Felizmente foi assistido pelos advogados, mas essas coisas acontecem quando é o Flamengo. As pessoas querem aparecer", finalizou.

Torcida do Flamengo sempre esteve presente nos jogos da Copa do BrasilFoto%3A Márcio Mercante / Agência O Dia

Relembre o Caso

A polêmica iniciou quando o Flamengo divulgou o preços dos ingressos para a decisão do dia 21 (entradas variam de R$ 250 a R$ 800) e acabou surpreendendo até mesmo os próprios torcedores. A secretária do Procon-RJ, Cidinha Campos, garantiu que a entidade irá correr atrás para que o clube reduza o valor dos bilhetes e chegou a entrar com uma ação judicial e uma representatividade por desobediência na Delegacia do Consumidor contra o presidente Eduardo Bandeira de Mello.

"O Flamengo deu uma desculpa esfarrapada e não mandaram os documentos e nem vieram até aqui. Já fizemos nossa parte e demos entrada numa ação judicial e estamos fazendo uma representação contra o presidente por crime de desobediência", afirmou.

Cidinha também afirmou que o Flamengo estaria agindo de má fé ao vender os ingressos de maneira antecipada e com preços tão exorbitantes, já que a equipe da Gávea ainda tem pela frente o primeiro jogo da final contra o Atlético-PR, que será disputado na próxima quarta-feira, no estádio Durival de Britto, no Paraná.

Presidente do Fla está em São Paulo e não acompanha o casoDivulgação

"Esta nova etapa da venda, de hoje (quarta-feira), configura ainda mais a má fé do Flamengo, que está tentando vender todos esses ingressos antecipadamente numa promessa de que o jogo no Rio será importantíssimo, antes mesmo de jogar no Paraná, no dia 21", afirmou.

Na manhã da última terça, o diretor de marketing do Flamengo, Fred Luz, deixou claro que o clube não trabalha com a hipótese de redução dos valores e ainda afirmou que os esclarecimentos ao Procon não deveriam interferir no processo de venda dos ingressos.

"Nós não trabalhamos com a possibilidade de reduzir os valores, não sei nem se isso é possível. O jogo vai lotar, a procura está enorme. Temos uma estimativa de renda entre R$ 8 e R$ 9 milhões. Não sei nem se é possível (que o Procon interfira nas vendas), acho que não", disse Fred.

Além da situação envolvendo o Procon, o Flamengo também se depara com um inquérito aberto pela 4ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Rio de Janeiro para a investigação do aumento gradativo no valor dos ingressos, para verificar se houve algum tipo de abuso por parte da diretoria do clube. O promotor Paulo José Sally emitiu notificações para que o clube da Gávea e o Consórcio Maracanã justifiquem os aumentos.

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