Por fabio.klotz

Rio - Vanderlei Luxemburgo usa tratamento de choque para curar o principal problema que diagnosticou no Flamengo: o baixo poder de fogo. No grito, como se usasse hipnose para fixar o mantra na cabeça dos jogadores, o treinador repetia, nesta quinta-feira, a cada bola levantada na área, durante o treino de finalização no Ninho do Urubu: “Tem de gostar de gol.”

Alecsandro assume o papel de liderar a reação do FlamengoMárcio Mercante

Com nove marcados, o time tem, ao lado de Figueirense, Criciúma e Goiás, o pior ataque do Campeonato Brasileiro. Encarregado de empurrar a bola para dentro, Alecsandro promete remediar o problema:

“Isso não preocupa. Não vamos ser o pior ataque, nem eu o pior atacante. Isso é momentâneo. Não estamos nem na metade do campeonato. O Flamengo não vai cair.”

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Os quatro gols que marcou colocam o camisa 19 em sexto na artilharia da competição, ao lado de outros dez jogadores. Embora não considere grave, o atacante admite que o caso inspira cuidados. Além da ambição cobrada pelo treinador, ele ressalta que outros sintomas precisam ser tratados.

“Não tem receita para fazer gol. Se não fosse difícil, todo mundo seria camisa 9. Tem de ter qualidade, competência, se preparar, treinar... O emocional conta muito. O Vanderlei cobra porque sabe o que está falando”.

No gogó, o treinador tenta injetar ânimo da equipe. Se falta criatividade no meio para municiar o ataque, ele aposta na bola aérea como remédio. Entre incentivos e cobranças, Vanderlei não tem medo de exagerar na dose.

“PQP, Negueba, desde que eu cheguei estou te ensinando”; “Léo, eu gosto de velocidade, não gosto do negócio lento; “Pega no meio da bola, Mattheus”, gritava o técnico.

As últimas duas vitórias do time, por 1 a 0, foram construídas da mesma forma: cruzamento de João Paulo e cabeçada de um atacante: contra o Botafogo, Alecsandro, e diante do Sport, Eduardo da Silva.

Nenhum gol fora do Rio

Fora de casa, a situação piora. O Flamengo passou em branco nos cinco jogos disputados longe do Maracanã. Alecsandro culpa o rodízio de treinadores e a falta de sorte do time. E aprofunda a análise:

“No Campeonato Brasileiro, ganhar dentro de casa é obrigação. Então fora de casa você vai primeiro para defender. Como numa briga. Se você sabe que será atacado, primeiro se defende. Mas nem sempre dá tempo de reagir.”

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