Rio - O Flamengo se manifestou na última quinta-feira a favor da decisão de duas empresas de desistirem de comprar a Concessionária Complexo Maracanã Entretenimento S/A. A GL events e a inglesa Chime Sports Marketing (CSM) anunciaram horas antes que não estavam mais na briga pela administração do estádio.
A GL events e a CSM eram parceiras de Flamengo e Fluminense e negociavam com a empreiteira Odebrecht, dona de 95% da concessionária, a compra da concessionária, que tem o direito de administrar o Maracanã até 2048. Segundo as empresas, a Odebrecht, que está sendo investigada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público na Operação Lava Jato, não apresentou "garantias adequadas de segurança jurídica e contratual", e por isso elas desistiram do negócio.
"O Flamengo entende a decisão da GL e da CSM de desistir do processo de concorrência para assumir o contrato de concessão do Maracanã e compartilha os argumentos apresentados pelas referidas empresas", explicou o clube rubro-negro em nota oficial.
Também em comunicado, a GL events e a CSM afirmaram que "caso o governo do Estado do Rio de Janeiro tome a decisão de promover uma licitação que proporcione a indispensável segurança jurídica e financeira aos investidores" têm "interesse em participar da concorrência pela gestão do Maracanã". Ou seja, desistiram de comprar os direitos oferecidos pelo consórcio, mas se interessam pelo Maracanã caso haja nova licitação.
É justamente esta medida que o Flamengo defende desde o ano passado, quando a Odebrecht manifestou o desejo de encerrar seu contrato de administração do estádio. "Desde abril de 2016, quando publicou nota oficial a esse respeito, o clube deixou claro e, de forma reiterada, sua posição de que o melhor caminho para o futuro do Maracanã é um novo processo licitatório, feito com regras claras e que permita a participação direta dos clubes "
Com a desistência de GL events e a CSM, resta um interessado na compra da concessão: a francesa Lagardère, que já havia disputado a concessão em 2013 e planeja pagar cerca de R$ 60 milhões pelo estádio, fora o valor que seria entregue ao governo do Estado. Se a empresa de fato levar a melhor, isto pode afastar de vez o Flamengo do Maracanã, já que o clube reforçou mais uma vez que não negociará com os franceses.
"O Flamengo reforça mais uma vez que não fará nenhum tipo de negociação com a Lagardère e seus parceiros comerciais. Nossa experiência com eles evidencia uma total incompatibilidade com os princípios e valores do Flamengo", justificou na nota.
Com informações do Estadão Conteúdo