O lateral e o meia acabaram sendo titulares na partida no Maracanã, o que rendeu muitos elogios ao departamento médico do Flamengo, além do reconhecimento dos próprios jogadores ao trabalho desenvolvido no clube.
Chefe do DM, o Dr. Márcio Tannure detalhou como foi o trabalho visando este jogo e revelou que a recuperação de Arrascaeta - que realizou uma artroscopia no joelho esquerdo e voltou a jogar em menos de 20 dias - foi uma surpresa.
"Ele realmente, por mais que a gente acreditasse que teria possibilidade, surpreendeu a todos. Era uma dúvida porque cada um reage de maneira diferente. Ele nunca tinha passado por uma cirurgia, então não tínhamos um histórico de como ele reagiria. Mas nas oitavas de final tínhamos um histórico de uma lesão muscular bem complexa que ele teve, e conseguimos voltar bem antes do tempo, então o corpo dele deu uma resposta positiva de regeneração. A gente conversou, eu acreditava, pelo menos dele ser relacionado, não de começar do início. Porque existe diferença de a gente liberar clinicamente, e ele estar liberado para jogar. Porque o jogo exige muito, um jogo desses. E ele mostrou, quis, acreditou na gente. A gente avaliava dia a dia, mas a gente colocou como meta esse jogo, não sabendo se conseguiria ou não. E ele jogou 18 dias depois da cirurgia, o que ainda não vi no Brasil algo parecido. Ele voltou até antes, dois, três dias antes para treinar, para termos a segurança", avaliou o Dr. Tannure, chefe do DM do Flamengo, em entrevista ao site da Conmebol.
Rafinha, por sua vez, foi submetido a um procedimento cirúrgico uma semana antes da partida contra o Grêmio. A cirurgia foi para fixar a fratura na face do lateral e realizada com sucesso. O cuidado com o atleta foi total, desde o primeiro atendimento até o momento em que foi definido que ele iria para o jogo, comentou Tannure. Rafinha, desde então, tem atuado com um capacete.
"O sucesso dele se deve inicialmente ao primeiro atendimento em Curitiba, um médico que estava no jogo. Já conseguimos fazer todos os exames no mesmo dia. Em posse disso, já programamos a cirurgia dele. e no dia seguinte ele estava aqui para operar. Ele teve uma fratura de face, que não é simples. Tem de lidar com traumas. Realmente ele tinha esse receio, por isso é importante ele ter a nossa confiança, porque eu falava para ele que ele tinha condição de jogar esse jogo. Eu tinha dito que estava bem seguro para ele jogar, e a partir disso ele se sentiu seguro também. E a vontade dele de estar presente", disse.
"Tinha mesmo esse risco (Diego voltar apenas em 2020), porque a literatura fala em torno de cinco a seis meses para retornar aos campos. Foi uma lesão grave, a gente teve que fazer outro procedimento para colocar parafuso, teve mais carga. A gente construiu essa meta junto, não divulgamos. Eu estive na casa dele depois da cirurgia. Não vamos falar para ninguém no Flamengo, para não criar expectativa, mas vamos criar esse pacto entre a gente de ter como meta. Acho importante ter essas metas, sempre crio isso, mesmo que não alcance, senão fica um tempo muito longo, se você não tiver uma meta, ele vai se perder nesse caminho, se desestimulando, ficando mais longe do gramado. E quando põe a data, é para ele ficar cada vez mais perto da data. O dele foi muito rápido, foi mais surpreendente do que os outros. Já davam como certo ele não jogando, e ele acreditou nisso desde o início. Mérito muito para o Diego, É exemplo de profissional, ele sempre acreditou. Ele montou academia em casa. Buscou, sempre quis, e depende-se muito do atleta. Não são todos que têm essa força mental, até física. Foram três turnos, ajustamos a dieta dele, uma força-tarefa, ele aderiu a tudo. Sempre acreditou. E temos de tirar o chapéu para ele, porque ele deu um exemplo para a gente", afirmou Tannure.