Ninho do Urubu
Ninho do UrubuDivulgação
Por O Dia
Rio - Mais de dois anos após a tragédia do incêndio no Ninho do Urubu que matou dez jovens atletas da base do Flamengo, o segurança que presenciou o ocorrido no CT do Rubro-Negro, Benedito Ferreira, afirmou em entrevista ao programa da Rede Globo, "Fantástico", que tentou apagar as chamas com três extintores, mas que nenhum deles funcionou. Bastante emocionado, o profissional também disse que o ocorrido tem consequências emocionais na sua vida até os dias atuais.
"No início eu usei um extintor de pó químico, mas não funcionou. Um garoto que estava ao meu lado, tentou usar, mas também não funcionou. Tentei usar outro extintor, mas não funcionou. Tentei um terceiro extintor, mas também não funcionou", afirmou o segurança.
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Em nota, o Flamengo negou a versão do funcionário e afirmou que "os pontos levantados na entrevista narram uma visão pessoal dele, que não encontra amparo nos fatos, na lei e muito menos no inquérito criminal".  Na última semana, a CPI da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) indiciou nove pessoas por homicídio culposo. Agora, o relatório deve ser aprovado em Plenário e encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro
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Ferreira, que conseguiu salvar pelo menos três jovens, relembrou detalhes da noite do incêndio e contou que ficou desesperado ao descobrir que ainda tinham outros dez adolescentes no contêiner, que servia de dormitório.

"Quando me disseram que tinham dez, entre eles, alguns que eu tinha encontrado horas antes, o meu mundo acabou. Então, eles não tiveram a chance de sair", lamentou Ferreira. "Um garoto chegou pra mim e disse 'tio, lá atrás está cheio'. Foi onde bateu o desespero. Não tinha mais como entrar", disse Ferreira, que tentou salvar um quarto jovem, mas não conseguiu. "Eu puxei um garoto, que estava muito queimado. E ele me disse: 'tio, não me deixa morrer'", contou.