Rodolfo Landim, presidente do FlamengoAlexandre Vidal / Flamengo

Rio - O Atlético-MG topou não ter público em seus jogos no Brasileirão até outubro, quando todas as equipes terão autorização para abrir os portões de seus estádios. Com exceção do Flamengo, que deseja jogar imediatamente tendo seu torcedor em campo, o acordo foi selado no Conselho Técnico da CBF realizado na quarta-feira, 8 de setembro, na sede da entidade, no Rio de Janeiro.

O Rubro Negro possui uma liminar do STJD que o autoriza a ter público em seus jogos desde que as cidades em que atua liberem a entrada de torcedores. Como o Rio de Janeiro liberou a flexibilização das arenas esportivas, o Fla argumenta que a CBF não tem autoridade sobre o tema, por ser uma situação de saúde pública, determinada pelas autoridades sanitárias.

E a impetuosidade flamenguista em ter público agora no Brasileirão pode gerar uma quebra de acordo do Galo com os demais clubes. O presidente alvinegro, Sérgio Coelho, afirmou que a equipe mineira irá continuar sem a presença de público desde que o clube carioca respeite o que a maioria acertou na reunião na CBF.
Coelho posicionou o Galo após a reunião na Prefeitura de BH, que liberou o retorno de torcida nos estádios da capital mineira novamente. O Atlético também tem uma liminar que o autoriza a jogar com público. Logo, a mensagem foi direta: se o Flamengo tiver torcida nas partidas, o Galo também vai usar desse expediente.

"O Flamengo conseguiu a liminar para ter jogos, junto ao STJD. Imediatamente, nós também conseguimos. Não faremos uso da liminar se o Flamengo não fizer o uso também. Se o Flamengo jogar, deixei claro na reunião, o Atlético vai usar o mesmo direito - disse o presidente atleticano que fez questão de destacar o respeito pelos acordos feitos em maioria, mas que sua agremiação não pode ser prejudicada por outro clube que não cumpra as regras estabelecidas", disse.

"O Atlético é cumpridor de suas obrigações, respeita o que é decidido pela maioria, mas também não vai deixar que um clube se beneficie. Nós vamos jogar com torcida também, se necessário. Esperamos que o Flamengo nos acompanhe para não fazermos uso da liminar", completou.
Coelho citou a luta das duas equipes e de outros rivais pelos títulos da temporada e uma quebra do acordo iria ferir a isonomia de condições para todos em competição.

"Por questão de isonomia, porque Flamengo, Atlético e Palmeiras, como Bragantino e Fortaleza, são os que brigam pelo Brasileiro. Atlético e Flamengo estão brigando pela Copa do Brasil, Libertadores. A gente espera que o Flamengo não faça uso e respeite o que foi combinado no arbitral", concluiu.