Rio - Na aviação, o maior perigo que envolve um voo está na decolagem e na aterrissagem. Nestas horas, é justamente quando a tripulação está sob pressão e tem pouco tempo para tomar decisões. E o avião do Fluminense, pilotado pelo comandante Abel Braga, se mostra, ao longo da rota de 2017, altamente vulnerável justamente nestes pontos críticos, ou seja, no início e no fim dos jogos.
Desde o início da temporada, o time deixou pontos preciosos escaparem em nada menos dos que dez partidas (ver quadro abaixo). Em duas delas, o Flu deixou escapar a chance de conquistar o Carioca e a vaga na semifinal da Copa Sul-Americana, ambas as vezes contra o Flamengo. O eterno arquirrival surge como carrasco dos tricolores quando as estatísticas saltam aos olhos: marcou seis gols justamente nos minutos finais. "Faltou atenção, concentração, foco", admitiu Abel logo depois do empate em 3 a 3 que eliminou o Fluminense da Sul-Americana.
O pensamento único e principal do Fluminense até o fim do ano passa a ser o Campeonato Brasileiro. A cinco pontos da zona de rebaixamento, o time tem 11% de risco de cair e precisa, nas últimas sete rodadas, vencer dois jogos e empatar um para se livrar matematicamente do fantasma da Série B. No Brasileirão, o Flu jogou fora pontos importantes, que estão fazendo muita falta na tabela. Contra o Flamengo, no empate em 2 a 2 no turno, o time permitiu a igualdade aos 49 do segundo tempo. O filme se repetiu contra o Vitória, no returno. O placar de 2 a 1, no Barradão, parecia consolidado, quando os baianos empataram aos 48 do segundo tempo, após uma falha da defesa tricolor.
Para o jogo de sábado, contra o Botafogo, no Estádio Nilton Santos, o técnico Abel Braga deve escalar o mesmo time que encarou o Flamengo, com exceção do zagueiro Gum não inscrito na competição continental , que volta ao time, no lugar de Renato Chaves.