Mateus Gonçalves, ex-Fluminense, é o homem de velocidade do ataque do Cerro PorteñoDivulgação/Cerro Porteño

Por O Dia
Por mais que a Libertadores seja traiçoeira, o Fluminense não pode reclamar do sorteio que definiu o Cerro Porteño (PAR) como adversário das oitavas de final. Apesar de ter terminado como quarto melhor segundo colocado, a equipe paraguaia não estava entre os adversários mais complicados que poderiam ser sorteados. Além disso, pelo desempenho até o momento, não mostra grande força para ser favorito no confronto com o Tricolor.
Comandada pelo ex-lateral Arce, campeão da Libertadores por Grêmio e Palmeiras, o Cerro Porteño conta com alguns velhos conhecidos do futebol brasileiro. Mateus Gonçalves e o argentino Aquino, inclusive, tiveram passagens apagadíssimas pelo Fluminense e reencontrarão o ex-clube. O atacante ficou menos de quatro meses em 2019, enquanto o meia jogou apenas 105 minutos em dois jogos em 2016.
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Além deles, o Cerro conta com o goleiro Jean, emprestado pelo São Paulo, o atacante Boselli, ex-Corinthians e o experiente volante Julio dos Santos, ex-Vasco e que tem ficado no banco de reservas.
Pior ataque e defesa pouco vazada
Sem fazer uma grande temporada, o Cerro Porteño possui 11 vitórias, cinco empates e oito derrotas em 24 jogos, com apenas 28 gols marcados e 27 sofridos. Em 4º lugar no Campeonato Paraguaio, a equipe tem como principal goleador Robert Morales, com oito gols em 19 partidas, enquanto Mathias Villasanti é quem mais dá assistências: sete.
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Com dificuldades para atacar, o Cerro é o pior ataque entre os 16 classificados às oitavas de final da Libertadores, com apenas quatro gols marcados em seis jogos. As principais jogadas costumam ser pelos lados do campo, o que pode exigir maior atenção dos pontas do Fluminense. Mas tecnicamente é uma equipe frágil.
Em compensação, a defesa tem se mostrado mais forte que o ataque, tendo sofrido apenas cinco gols nesta Libertadores. Quatro foram na goleada por 4 a 0 sofrida para o Atlético-MG e o outro na derrota por 1 a 0, também para os mineiros. Ou seja, nos outros quatro confrontos contra América de Cali (COL) e Deportivo La Gauíra (VEN) passou em branco no Grupo H.
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Ainda assim, os duelos com o Atlético-MG podem ser um bom exemplo para o Fluminense do que pode ser feito para superar a defesa. Quando perdia a bola, a equipe paraguaia mostrava fragilidade na recomposição. Principalmente quando o Galo pressionou a saída de bola, algo que o time de Roger Machado não costuma fazer com tanta eficiência.
Entre os piores mandantes
Por fim, outro fator que poderia ajudar o Fluminense no confronto é o desempenho do Cerro em casa. Os paraguaios estão entre os três piores mandantes, com apenas uma vitória em três jogos, totalizando quatro pontos. O problema é que entre os outros está o Fluminense com o mesmo desempenho, assim como o Defensa Y Justicia (ARG).
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Análise de Wilson González, jornalista da Rádio Abc Cardinal de Assunção
"O melhor jogador do Cerro Porteño vinha sendo Claudio Aquino, mas recentemente ele caiu muito de nível. Quem vem se destacando é o goleiro brasileiro Jean, que chegou para jogar só a Libertadores porque a janela de contratações para o Campeonato Paraguaio já estava fechada e o titular teve uma lesão grave no joelho. É muito bom goleiro.
O nome mais representativo é Boselli, mas ainda não se encontrou e nem marcou tantos gols, falhando em muitas das chances que teve. Diria que agora o outro atacante, Robert Morales é o maior desataque no ataque. Os volantes Lucena e Villasanti estão com a seleção e são muito bons. O jovem Alexis Duarte tem sido a principal revelação. Já os laterais Espínola e Arzamendia estão passando por um momento muito ruim, mas ainda assim foram convocados novamente."