Rio - Após vencer uma polêmica eleição nas urnas, onde o candidato derrotado Julio Brant já prometeu entrar na Justiça questionando o resultado, o presidente do Vasco Eurico Miranda já está planejando mais um mandato, que iria até o final de 2020.
Dirigente do Cruzmaltino desde os anos 1960, Eurico presidiu o Vasco de 2002 a 2008, depois retornou em 2014, após dois mandatos de Roberto Dinamite. Com a vitória assegurada, o presidente voltou a ressaltar a dificuldade dos três primeiros anos de mandato. Reeleito, Eurico assegurou que o torcedor vascaíno pode ficar mais otimista para o futuro.
"A perspectiva para os próximos três anos é bem melhor. Temos mais possibilidades e mais condição de fazer o que o Vasco precisa. Encontrei aqui uma terra arrasada por conta dos erros da última gestão. A melhora já é clara. Será bem mais simples investir em futebol, ter um elenco capaz de disputar todos os títulos. Nossa estrutura também vai contar com mais investimento", afirmou.
Nos últimos meses, o estádio de São Januário, que é considerado um patrimônio da torcida vascaína, foi alvo de polêmicas. Por conta do clima político, algumas confusões aconteceram no local até a interdição depois do clássico contra o Flamengo no primeiro turno do Brasileiro. Por conta disso, mesmo já liberado pelo STJD e pelo Ministério Público, o estádio não voltou a ser utilizado nos jogos que o clube carioca foi mandante. Eurico Miranda admite que há um projeto para reformar o estádio, mas que não se trata de uma prioridade no momento.
"As outras candidaturas fizeram promessas que foram "histórias do Boitatá". Nós temos um projeto antigo de reformar São Januário, mas é preciso mais dinheiro. A gestão antiga nos deixou muitos problemas, tivemos que quitar R$ 10 milhões por conta do CT do Vasco Barra. Isso poderia ser investido. Temos outros projetos, que são mais importantes para que o clube consiga evoluir em médio e curto prazo", disse Eurico.
O presidente também negou ter qualquer relação com os atos de violência que aconteceram no estádio de São Januário, antes da sua interdição. O presidente, no entanto, defendeu a importância da existência de torcidas organizadas.
"Eu não tenho ligação com a torcida organizada. Defendo porque acho que contribui para o espetáculo. Sobre a violência eu sou totalmente contra. Não provaram nenhuma ligação minha e repito que não tenho envolvimento com torcida organizada, principalmente com a violência", disse.
Ex-aliado de Eurico Miranda, Fernando Horta foi um dos candidatos derrotados na eleição desta terça-feira. O mandatário fez muitas críticas ao presidente da Unidos da Tijuca e o acusou de não ter cumprido um bom papel como dirigente do clube carioca.
"Ele nunca foi meu aliado. Fizemos a chapa juntos, mas colocou na cabeça que tinha condições de me tirar daqui. Foi provado que não tinha. Como dirigente foi omisso, nunca ocupou o cargo que se compromete. Acha que escola de samba é igual ao Vasco. Não é", finalizou o presidente reeleito.
Com a participação do estagiário Gabriel Grey