Funcionários do Hospital de Bonsucesso entram em férias coletivas no domingo
Estatutários da unidade não puderam tirar as férias desde março por conta da pandemia da covid-19, e devem ficar afastados por um mês; a medida não vale para funcionários terceirizados
Por Natasha Viana e Julia Noia*
Rio - O diretor do corpo clínico do Hospital Federal de Bonsucesso, Júlio Noronha, informou, na tarde desta quarta-feira, que os funcionários da unidade deverão entrar de férias coletivas a partir do dia 1º de novembro e que a unidade permanecerá fechada por conta do incêndio que ocorreu na manhã de ontem. No entanto, a medida não se estende para 22 médicos da nefrologia e do transplante, que serão encaminhados para o Hospital da Lagoa para dar continuidade ao tratamento dos pacientes.
"Por conta da situação do hospital, eles confirmaram que vão fechar todo o hospital a partir do dia 1º de novembro. A situação dos terceirizados ficará a cargo de cada empresa", contou o médico. Segundo ele, os cerca de 3.000 funcionários estatutários, ou seja, com vínculo empregatício diretamente com o HFB, ficarão afastados de suas funções por um mês. Por conta de risco de novos incêndios em outras áreas, a unidade permanecerá fechada por tempo indeterminado até que uma análise seja feita pelo Ministério da Saúde.
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Segundo Júlio Noronha, pacientes que fizeram transplantes recentes e que estão na fila para operações, serão encaminhados para os hospitais da Lagoa, na Zona Sul, e dos Servidores, no Centro. O diretor informa que 12 pacientes já foram transferidos para o Hospital da Lagoa ainda ontem, e os 8 pacientes que ainda faltavam ser transferidos, foram deslocados até o começo desta tarde. Também serão atendidos os cerca de 2.000 pacientes que já realizaram transplantes nos últimos 20 anos, que carecem de acompanhamento continuado.
O Ministério da Saúde no Rio de Janeiro informa que 191 pacientes foram transferidos do Hospital Federal de Bonsucesso, 37 receberam alta, 1 aguarda transferência e 3 pacientes morreram. Procurado para comentar o fechamento da unidade, o órgão ainda não respondeu.
Perícia ainda não foi realizada
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Júlio Noronha contou que o diretor do HFB se reuniu com a Polícia Federal após os agentes não conseguirem realizar uma perícia no local.
"A Polícia Federal não conseguiu fazer a perícia, porque o Corpo de Bombeiros não liberou a entrada. Segundo os militares, ainda está quente o local. Existe uma fumaça preta que impede a perícia. Os bombeiros disseram que amanhã poderá ser liberada a entrada dos investigadores", afirma. Segundo ele, houve, logo em seguida, uma reunião com a direção do HFB e ficou determinado que haverá colaboração.