O objetivo do fórum, organizado pelo Capsi Casinha Azul e pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), foi propor reflexões das problemáticas que emergentes no município.Divulgação
O objetivo do fórum, organizado pelo Capsi Casinha Azul e pela Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), foi propor reflexões das problemáticas que emergentes no município.
— Queremos compartilhar esses cuidados. Dividir com os outros profissionais onde cada um pode atuar, mas juntos e não fragmentados. Desta forma, poderemos cuidar dessas crianças. Não só em ordem de medicação, mas também oferecendo cultura e esporte, por exemplo — explica a psicóloga e coordenadora do Capsi Casinha Azul, Amanda Schwantes.
A coordenadora acentua que o retorno das aulas presenciais, da vida ao normal pós-pandemia, começou a trazer questões nas crianças e adolescentes:
— Houve uma explosão de diagnóstico, principalmente de autismo, ansiedade e depressão nos adolescentes. Automutilação também está com nível altíssimo, além de tentativas de suicídios — alerta Amanda.
Presente no encontro, a diretora da RAPS, Andreia Kikumo, lembrou que a saúde mental é uma área muito delicada e, que, nos últimos anos, sofreu sucateamento.
— Atualmente, os gestores não têm medido esforços para tentar reestruturar a nossa rede. Hoje, conseguimos muitos avanços. Conseguimos, por exemplo, uma van e material para as oficinas para levar melhorias aos nossos usuários — destacou Andreia, que elogiou as últimas conquistas: — Quando recebemos coisas boas, é preciso compartilhar com os amigos. A saúde mental tem passado por um novo momento — emendou.
Pertencimento
A superintendente da Secretaria Estadual de Saúde, Katia Santos, foi convidada a participar do fórum, mas não pôde estar presente. Ela, por sua vez, enviou uma mensagem em vídeo aos participantes e enfatizou que o núcleo crescente em depressão, violências das mais diversas formas e quadros de ansiedade é um desafio.
— A resposta para esses sintomas não são stricto sensu da saúde mental. Ela precisa de todos. A resposta para isso não é a gente ofertar consultas psicológicas e psiquiátricas para as crianças e adolescentes que estão tendo esses sintomas. Precisamos de propostas de pequenos grupos que apostem em dar para eles um pertencimento, seja por via da cultura, do espore, das artes. É por aí respondemos esses fenômenos — concluiu.
Palestras
O Fórum intersetorial contou com palestras, cujos temas abordados foram: A lógica da atenção psicossocial infantojuvenil, e os desafios atuais, diagnóstico na infância e os impactos na escola, adolescência e pandemia da Covid-19: refletindo sobre a saúde mental e cuidado.
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