No decorrer de sua carreira, Helen Gobeti foi conquistando o seu espaço, mesmo em um ambiente cuja maioria é constituída de homens, tudo fruto de seu trabalho e dedicação. Foto: Divulgação/PM.

Por Bertha Muniz

MACAÉ - Nesta segunda-feira, dia 8 de março, é comemorado o Dia da Mulher. Trata-se de uma celebração de conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres por muitos anos, sendo adotado pela Organização das Nações Unidas e, consequentemente, por diversos países. A cada dia o sexo feminino conquista o seu lugar em diversas profissões e segmentos.

Ao longo dos anos, por exemplo, as mulheres policiais se superam cada vez mais na busca de seu espaço. Mesmo atuando num universo predominantemente masculino, elas conseguiram quebrar as velhas barreiras culturais no que diz respeito à natureza do seu ofício e fazem valer suas escolhas profissionais. É o caso de Helen Caldeira Gobeti, 31 anos, Tenente da Polícia Militar. Natural do Rio de Janeiro, atualmente é lotada no 32º BPM (Batalhão de Polícia Militar de Macaé), onde exerce a função no setor administrativo e nas ruas também.
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Tenente Gobeti entrou para a polícia em 2012, aos 22 anos. Está há nove anos na corporação. Formada em Designer, Gobeti mudou completamente seu estilo de vida. Do mundo leve e delicado, Gobeti passou a praticar treinos intensos e a manusear armas, como o fuzil. Recentemente, mostrou para que veio e entre as ações que consagrou sua competência foi ter tirado de circulação assaltantes de Carapebus e impediu o assassinato de duas jovens, em Macaé.

"Eu amo o que faço e respeito a minha farda. Amo servir a sociedade. Me encontrei nessa profissão, hoje sei que nasci para isso. Me orgulho de ser mulher e policial", concluiu Gobeti. Além de mudar radicalmente de vida e de profissão, Helen Gobeti teve que enfrentar os intensos treinamentos físicos e manusear armas, entre elas, o fuzil. “Era tudo o que eu não conhecia, nada mesmo. Entretanto, na posição de chefia, comando e liderança, pude perceber que tinha a oportunidade de ajudar as pessoas as quais trabalhavam sob a minha responsabilidade.

No decorrer de sua carreira, a tenente foi conquistando o seu espaço, mesmo em um ambiente cuja maioria é constituída de homens, tudo fruto de seu trabalho e dedicação. É difícil manter a individualidade, como mulher, diante de tantos homens, de acordo com a tenente. “É difícil manter minhas características pessoais e minha feminilidade dentro de um ambiente rústico e masculino. Mas em alguns momentos, eu acredito, pelo fato de ser mulher, ter uma sensibilidade maior e uma visão diferenciada sobre determinados assuntos, são pontos positivos para mim. Eu consigo fazer coisas que talvez um homem não enxergaria, não faria ou faria de um jeito diferente, mais contundente, num embate maior, consigo contornar melhor”.

Ser policial, para Helen Gobeti, é perceber, a cada dia, que faz a diferença na vida das pessoas. “Tanto das pessoas da sociedade que atendemos, quanto dos profissionais que trabalham comigo. Eu sempre me emociono, quando me deparo com as meninas que se interessam em ingressar na carreira de Policial Militar. É lindo saber e ver que servimos, de alguma forma, como exemplo para elas e que também podem almejar um cargo na polícia. Isso acontece também internamente, quando consigo, de alguma forma, ajudar a vida dos policiais, tornar o dia de serviços deles mais leve, mais tranquilo”.

Ela afirma: “Amo ser policial, poder ajudar os colegas de farda e a sociedade. É isso que quero para minha vida. “esmo não tendo planejado ser policial como muitos fazem bem cedo, eu entrei e me identifiquei muito. É um pertencimento muito grande. Tenho muito orgulho de carregar essa farda. É um sacerdócio exercer a profissão, porque como tudo na vida, temos de abdicar de muitas coisas, muitas vezes, até pessoais. São muitos os desafios, mas o que me estimula sempre é estar servindo e protegendo a sociedade e fazer a diferença na vida das pessoas. Ser mulher e policial militar é motivo de muito orgulho para mim”, concluiu.