Desde o início de 2021, o Sindicato tem se posicionado contra o retorno antes que a população seja toda vacinada, ou pelo menos com 70% dela Divulgação

Macaé - Uma ação civil pública inédita uniu os sindicatos dos professores das escolas Privada de Macaé e Região e da Rede Municipal de Macaé (Sinpro e Sepe), com o apoio do movimento Defesa Pela Vida, que conta com a participação direta de mais de duas mil pessoas que assinaram um abaixo assinado entre janeiro e fevereiro de 2021. A Ação solicita à justiça com caráter emergencial que suspendam as aulas presenciais, mesmo em sistema híbrido, e retorne exclusivamente com o modelo remoto.

De acordo com o Sinpro Macaé e Região, apesar de documentos publicados em jornais oficiais que teoricamente garantiriam um retorno seguro aos professores e alunos, a fiscalização sanitária nas instituições, não tem cumprido rigorosamente seu papel como deveria.

Atualmente, o Estado do Rio de Janeiro é o que mais está avançando na infecção da variante Delta do coronavírus e até agora não se tem um estudo aprofundando das consequências dela.

Macaé é o maior município da área de abrangência deste Sinpro e, apesar de não ter confirmado um caso sequer de infectados pela Delta, é vizinho de municípios que já têm pacientes doentes pela nova variante, como é o caso de Casimiro de Abreu, Quissamã, Conceição de Macabu e Carapebus. Além disso, tem registrado um grande número de denúncias por parte dos professores, que, em grande parte, estão trabalhando sem a mínima segurança preconizada pelas instituições cientificas.

Desde o início de 2021, o Sindicato tem se posicionado contra o retorno antes que a população seja toda vacinada, ou pelo menos com 70% dela imunizada, como preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“As escolas abriram suas portas para as aulas presenciais em junho e até agora os professores com as duas doses dos imunizantes não são a maioria. Mas não é só a questão da vacina. Falta testagem em massa, tem descumprimento do uso de EPI, não há rastreamento, tampouco fiscalização sanitária. Até quando a vida de nossos professores serão expostas?”, disse Guilhermina Rocha, presidente do Sinpro Macaé e Região.

Em 2020, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a Covid-19 como acidente de trabalho, caso desenvolva alguma sequela futura e o trabalhador tenha se infectado em ambiente profissional ou no trajeto de ida e volta ao seu emprego. 
“O motivo da luta contra a retomada das aulas presencias agora é único. É real o risco de perda da vida dos membros da comunidade escolar e eventualmente de algum cidadão macaense. Estamos diante da propagação de uma doença contagiosa e essa é uma situação que se configurada poderá importar a responsabilização aos agentes que deram causa a esta propagação”, relatou Dr. Alexandre Fecher, advogado do Sindicato dos Professores de Escolas Públicas do Estado do Rio de Janeiro.
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Para Rubiana Oliveira, mãe de aluno, é hora de se pensar no todo. “Sou mãe de um aluno neurotípico e sou contra as aulas presenciais. Sou a favor da vida. Eu escolhi que meu filho vivesse. Falta muito pouco para o final do ano letivo. Por que as autoridades forçam levar as crianças para as escolas? Eu ainda posso escolher em não levar meu filho, mas não posso pensar só nele e ignorar os profissionais que se expõem diariamente. Não queremos apenas as vacinas. Junto com ela desejamos as adequadas estruturas físicas, digital e tecnológica para todos”, disse Rubiana Oliveira do movimento Defesa Pela Vida.