A procuradora Maria José informou que o contrato com a BRK tinha 37 inconsistências e mesmo assim foi assinadoDivulgação

Macaé - A procuradora de Macaé, Maria José Quintanilha Barbosa, disse na manhã desta segunda-feira (7), à CPI da BRK Ambiental, que alertou o ex-prefeito Riverton Mussi (PDT), em 2012, sobre problemas no contrato. De licença desde novembro por motivos pessoais, ela era procuradora-geral na época. A concessionária inicial chamava-se Foz do Brasil. Riverton deve depor na sexta (11).

A última reunião da CPI, oficialmente denominada Comissão Especial de Investigação (CEI), foi em outubro de 2021. A retomada dos trabalhos estava prevista para 17 de janeiro. “Foi preciso adiar, devido ao avanço da Ômicron, inclusive porque a vereadora Iza Vicente (Rede) e eu tivemos Covid”, justificou o presidente Amaro Luiz (PRTB). Ao longo dos últimos meses, os membros analisaram a documentação recebida.
Segundo a procuradora, uma situação que já melhorou foi a das multas pelo atraso na conclusão - Divulgação/Tiago Ferreira
Segundo a procuradora, uma situação que já melhorou foi a das multas pelo atraso na conclusãoDivulgação/Tiago Ferreira

Sem avaliação de órgãos do governo

Maria José informou que o contrato tinha 37 inconsistências. “No entanto, foi assinado. Mas o governo seguinte também poderia tê-lo rescindido”. Entre outros erros citados, ela informou que o documento não foi avaliado por órgãos da prefeitura.

“Eu passei a ter um contato maior com o tema em 2018, após a BRK processar a prefeitura por falta de pagamento”, continuou. Segundo ela, ainda no governo Aluízio, quando a Parceira Público Privada (PPA) ficou a cargo da Odebrecht, foram feitos aditivos, e um novo está sendo preparado, para diminuir as desvantagens contratuais de Macaé.

Iza perguntou sobre os pagamentos recebidos sem conclusão das obras. “Foi previsto que a concessionária receberia 30% adiantado e outros 70% após a Meta 1”, respondeu Maria José, referindo-se à primeira de sete etapas. O relator Edson Chiquini (PSD) questionou por que a rescisão não pode ser feita atualmente. “Hoje, o município não teria condições de pagar”, esclareceu ela.

Segundo a procuradora, uma situação que já melhorou foi a das multas pelo atraso na conclusão. “Eram irrisórias. Isso não acontece mais e a Secretaria de Obras fiscaliza muito melhor que a extinta Esane (Empresa Pública de Saneamento)”.