"São quase quatro anos de uma vida dedicada a potencializar carreiras de pessoas negras e LGBTQIA+ através da arte", afirma a jornalista Laís MonteiroDivulgação/Alex Maia

Macaé - “Ter o selo Shell de Empreendimento Sustentável é a conclusão de um processo de um ano e meio de planejamento e estruturação da empresa. A partir disso irei produzir cada dia mais impacto social. A Monteiro Assessoria de Imprensa já nasceu com o objetivo de reduzir o racismo e a lgbtfobia, então, por meio deste programa de Iniciativa Jovem, que é uma das principais formações empreendedoras do Brasil, é possível ampliar ainda mais nossa capacidade de efeito na sociedade, o que realmente faz sentido para nós”, ressaltou a jornalista e CEO, Laís Monteiro, 31, nascida em Macaé, interior do estado do Rio, sobre ter seu empreendimento oficialmente carimbado nesta quinta-feira (19), às 18h, em cerimônia realizada no restaurante Cais do Oriente, Centro, no Rio de Janeiro.

São quase quatro anos de uma vida dedicada a potencializar carreiras de pessoas negras e LGBTQIA+ através da arte. Laís não está para brincadeira no mercado de trabalho, na verdade, ela nunca esteve. Atores, cantores, diretores, autores, artistas plásticos, entre outros profissionais representantes da cultura brasileira, que o digam. Foi da compreensão adquirida sobre as mazelas do racismo estrutural que ela viu a necessidade de ser porta-voz de tanta gente talentosa, mas escassa de oportunidades.

Como assessora de comunicação e imprensa, a jornalista não só consolida imagens e trabalhos por meio das mídias, como ajuda a impulsionar milhares de sonhos. “Nosso principal objetivo é mitigar as sequelas racistas e marginalizadoras que impedem artistas negros em destaque na imprensa com seus projetos, sem estereótipos. Espero cumprir ainda mais esse papel social de duas formas: a primeira pela redução das desigualdades, e a segunda; por entender que a imprensa deve servir a sociedade. Se pessoas negras são excluídas, a sociedade é excluída também, pois segundo o IBGE, somos mais de 54% da população, sendo assim, a quem a imprensa está servindo?”, questiona.
Laís Monteiro atende nomes como Yuri Marçal, Reinaldo Júnior, Roger Cipó e Vitória Rodrigues - Divulgação/Alex Maia
Laís Monteiro atende nomes como Yuri Marçal, Reinaldo Júnior, Roger Cipó e Vitória RodriguesDivulgação/Alex Maia

Já parou para refletir sobre as dificuldades enfrentadas por grupos marginalizados para ocuparem espaços na sociedade brasileira em pleno século XXl? Com um mercado cada vez mais competitivo, pode até ser difícil encontrar profissionais que vão na contramão de um sistema padronizado e discriminatório, mas não impossível. “A Imprensa Negra antecede o tempo da abolição anunciando liberdade, seja de um período escravocrata ou das estruturas racistas que perduram até hoje. Mais que importante, é fundamental que existam mídias com olhares diversos que não só reflitam os problemas sociais da atualidade, mas que também noticiem sem barreiras estereotipadas, assuntos do cotidiano negro. Conquistas, amor, trabalho, economia, nós queremos estar em todos os espaços editoriais, sem um filtro separatista”, explica ela, que fortalece narrativas de equidade.

Com um trabalho árduo que vai para além de estampar rostos e contar histórias em revistas, jornais, sites ou até mesmo pela TV, ao longo dos anos Laís conseguiu se consolidar no mercado. Atualmente, por exemplo, ela atende grandes nomes do cenário artístico e da internet, como o ator Reinaldo Júnior; o humorista Yuri Marçal; a atriz, apresentadora, cantora e poetisa Vitória Rodrigues; o apresentador, comunicador, escritor, influenciador digital e fotógrafo, Roger Cipó; a “Era Uma Vez o Mundo”, que é a primeira loja especializada em confecção de bonecas negras no Brasil, entre outros.

Comandando o seu primeiro programa no canal televisivo GNT, a multiartista Vitória Rodrigues destaca. “Estar junto da Monteiro é um presente. É uma empresa de assessoria de imprensa preocupada para além do artístico, mas com a minha visão de mundo, com a minha verdade. É uma empresa que se preocupa, de fato, com o que eu penso e trago. Acho que esse é o ponto principal de qualquer assessoria, ou ao menos deveria ser. É um privilégio essa troca muito parecida, o quão acreditamos na importância da nossa ocupação pelos espaços e o que desejamos falar”, frisou.

Para a jornalista, diversidade e inclusão são palavras de ordem. Com um ofício que envolve desde as discussões com os clientes; entendimentos sobre o que se deseja atingir; criação de matérias e reportagens; disparos pelos veículos de comunicação aos prazos, Laís não mede esforços para alavancar trajetórias. “Acompanhar os familiares desses artistas negros vendo seus entes (mães, avós, pais, tias, irmãos), nos jornais, revistas, televisão, pela primeira vez, é muito marcante”, reforçou.
Com um trabalho árduo que vai para além de estampar rostos e contar histórias em revistas, jornais, sites ou até mesmo pela TV, ao longo dos anos Laís conseguiu se consolidar no mercado - Divulgação/Alex Maia
Com um trabalho árduo que vai para além de estampar rostos e contar histórias em revistas, jornais, sites ou até mesmo pela TV, ao longo dos anos Laís conseguiu se consolidar no mercadoDivulgação/Alex Maia

E conclui dizendo: “De uma certa forma é a materialização daquela arte, é a esperança de que aquele trabalho é possível e que outras pessoas se interessam e se importam. Isso é extremamente valioso em um país que não valoriza a arte como trabalho e fonte de renda. É emocionante ouvir desses artistas que conseguiram outros trabalhos por conta de uma matéria que apareceu. Muito mais que divulgar, o foco da Monteiro Assessoria de Imprensa gerar oportunidades”.