O profissional criativo agrega valor em produtos, serviços e processos, pois trabalha com tendências, novas tecnologias e dadosDivulgação/Firjan
O levantamento reflete as transformações da nova economia, caracterizada por novos modelos de negócio, hábitos de consumo e relações, e tem como fonte principal o Ministério do Trabalho e Previdência. A Firjan divide o Mapeamento em quatro áreas criativas - Tecnologia, Consumo, Mídia e Cultura -, e considera os dados do mercado de trabalho formal. Embora o senso comum associe a Indústria Criativa a atividades relacionadas às artes e expressões culturais, o conceito adotado pela Firjan entende criatividade como uma habilidade transversal que se conecta com vários setores e segmentos, dentre eles os relacionados com tecnologia, por exemplo – a fim de pesquisar e desenvolver produtos, serviços e processos, tendo a criatividade como matéria-prima para inovar nas empresas e organizações.
Em Macaé, a maior parte dos profissionais da Indústria Criativa se enquadra na área de Tecnologia: são 3.411 profissionais no segmento de “Pesquisa e Desenvolvimento”, de um total de 4.929 trabalhadores criativos na cidade. Dentro deste segmento, os engenheiros de produção, mecânicos e químicos são os que estão em maior quantidade na cidade.
É o caso de Carlos Eduardo Lopes da Silva, engenheiro de produção, professor da UFRJ e coordenador do Centro de Referência em Inovação para Sustentabilidade (CRIOS). Ele confirma que as inovações e soluções criativas vêm cada vez mais fazendo parte do mercado de petróleo e gás em Macaé, e diz que tanto trabalhadores quanto empresas e a própria cidade podem se beneficiar disso.
“As tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, como a Internet das Coisas, realidade virtual e aumentada, inteligência artificial e robótica, vêm remodelando o universo dos negócios. Em Macaé, percebemos uma grande mobilização das empresas nesse sentido, criando conexões com startups e áreas de inovação em suas estruturas. O maior ativo da cidade e da região é a quantidade e qualidade de empresas e profissionais nesse mercado, o que se soma a um conhecimento acumulado de mais de 30 anos de exploração de petróleo e gás, algo único no país”, afirmou.
Carlos Eduardo lembra também que Macaé reúne cinco instituições públicas de ensino superior, além das várias particulares, com cursos voltadas para o mercado. Mas destaca que é preciso conscientização dos trabalhadores e cada vez mais qualificação.
“Cabe ao profissional entender que seu papel está relacionado ao trabalho criativo, intraempreendedor, que deve atender aos desafios da organização e desse novo mercado cada vez mais competitivo. Temos uma região muito bem abastecida de opções de qualificação, mas é preciso desenvolver outras formações como programação e desenvolvimento de software e hardware”, completou.
Campos, que também conta com uma grande quantidade de opções de qualificação, tem a oitava maior quantidade de profissionais criativos do estado (899) – mas, bem abaixo de Macaé e de Niterói (2.944), por exemplo, que tem a mesma densidade demográfica. Entre 2017 e 2020, Campos registrou leve queda (-0,4%).
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