Maricá e UFRJ assinam protocolo para desenvolver projetos cientificos em Saúde  - Foto: Marcos Fabricio
Maricá e UFRJ assinam protocolo para desenvolver projetos cientificos em Saúde Foto: Marcos Fabricio
Por O Dia
Maricá - Em reunião ocorrida ontem, quinta-feira (18/2), no gabinete do prefeito Fabiano Horta, o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), representando a Prefeitura, e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) assinaram um Protocolo de Intenções com a finalidade de desenvolver projetos de pesquisa científica na área da Saúde. Os projetos prioritariamente são aqueles aqueles relacionados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19, mas o termo abrange também outras áreas, como de logística emergencial, gestão de riscos, infraestrutura urbana, mobilidade, habitação, educação, assistência social e meio ambiente.

A assinatura aconteceu na presença do prefeito Fabiano Horta, do vice-prefeito Diego Zeidan, do diretor-presidente do ICTIM, Celso Pansera, da reitora da UFRJ, Denise Carvalho, e de seu vice-reitor Carlos Frederico Leão Rocha. “Nós já estamos trabalhando com a UFRJ ao longo da pandemia, mas queremos ampliar esse leque de ações. Queremos olhar para o futuro, com objetividade, como o que está pautado nesse protocolo", afirmou o prefeito. "O nosso maior desafio como ente público é cruzar as fronteiras. O ICTIM vem exatamente com o objetivo de dialogar para fora.
A UFRJ como parceira reafirma a dimensão da pesquisa, do saber, do conhecimento. Conseguir, através do ICTIM, ter a UFRJ conosco de uma maneira sólida, é uma grande motivação e reafirmação de políticas públicas para a cidade de Maricá”, destacou Fabiano Horta.

“Essa é a oportunidade de a UFRJ perpetuar aquilo que ela já vem fazendo ao longo de 100 anos na sociedade brasileira. Temos atuado capilarizando a produção do conhecimento, a formação de recursos humanos qualificados em diversos estados, não somente no Rio", avalia a reitora da universidade, Denise Carvalho. "É nossa tradição e missão social ir além da formação de profissionais altamente qualificados. A produção de conhecimento é o modelo de universidades que faz os países avançarem e, no Brasil, a UFRJ cumpre esse papel, sem esquecer de que Ciência de qualidade também se produz com solidariedade, compromisso, paixão e junto à sociedade”, completou Denise Carvalho.

Para o diretor-presidente do ICTIM, Celso Pansera, Maricá entra numa nova fase que também servirá como exemplo para outros municípios. Pansera adiantou que nos próximos dias, o município apresentará os primeiros 250 respiradores não invasivos, um produto fruto de uma Encomenda Tecnológica (Etec) feita pelo ICTIM e que nasceu de uma empresa encubada na Coppe/UFRJ.

“A finalização do produto e os testes foram feitos no Hospital Municipal Dr. Ernesto Che Guevara. Foi uma compra de 250 respiradores a R$ 1,1 milhão, ou seja, um preço muito baixo para o que eles nos darão de retorno. Além disso, a Prefeitura ficará sócia da patente”, ressaltou Pansera. A partir do ano que vem, além da indústria estar instalada em Maricá, a cada respirador que for vendido, a Prefeitura receberá um valor de “royalties” por conta da patente.

"Estamos criando uma espécie de guarda-chuva com a UFRJ para o que vier decorrente desse apoio nos próximos anos. Assim, a UFRJ poderá nos ajudar a desenvolver polos tecnológicos, modernizar e criar vocações econômicas para a cidade de Maricá. Nosso papel hoje do ICTIM é ajudar a criar uma dinâmica mais inovadora e dar mais um passo nesse compromisso com Maricá”, completou Pansera.

O diretor-presidente anunciou, ainda, que o ICTIM já estuda a implantação de um laboratório de pesquisa de alta complexidade, que também contará com a parceria da UFRJ - a universidade já vem atuando com a cidade desde a implantação do Laboratório de Diagnóstico Molecular Dr. Francisco Rimolo Neto (Lacen/Maricá), feita pelo ICTIM em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, em 2020. Até agora, foram realizados ali mais de 13 mil testes.

Para o chefe do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ, virologista Amílcar Tanuri, o próximo desafio será dar continuidade ao estudo do Sentinela (pesquisa de amostragem e testagem da população para Covid-19), conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Estamos terminando um estudo para saber a variabilidade genética do vírus e descobrir se há algum variante específico. Maricá foi muito importante para os testes de antígenos, o município nos dá o apoio necessário”, ressaltou Tanuri.