Gugu foi ortopedista, professor, esportista, diretor de hospital, pai de projetos socioculturais diversos, vereador e defensor dos direitos de idosos e deficientes - Arquivo
Gugu foi ortopedista, professor, esportista, diretor de hospital, pai de projetos socioculturais diversos, vereador e defensor dos direitos de idosos e deficientesArquivo
Por Irma Lasmar
NITERÓI - Faz cinco anos neste sábado, dia 15 de agosto, que faleceu o ilustre médico Carlos Augusto Bittencourt, mais conhecido como Gugu devido ao seu projeto socioesportivo homônimo. Homenageado no Carnaval 2020 como enredo da escola de samba niteroiense Mocidade de Icaraí (clique aqui para recordar), ele deixa um legado importante para a cidade, que inclui atuações em vários órgãos municipais, liderança classista e assinatura em muitas iniciativas que fizeram a diferença na sociedade local. 
Nascido em 29 de abril de 1926, Gugu estudou no Colégio Bittencourt Silva, fundado por seus pais, e depois ingressou na Faculdade Fluminense de Medicina (atual UFF) como primeiro colocado no vestibular de 1944. Ao colar grau, recebeu na cerimônia o Prêmio Antonio Pedro pelo primeiro lugar em todo o curso. No primeiro ano de atividade médica, trabalhou na rede pública de saúde do Espírito Santo; de volta a Niterói em 1951, foi contratado pelo Hospital Antonio Pedro (ainda não universitário), onde chefiou o Ambulatório de Clínica Cirúrgica e por duas vezes dirigiu o Pronto-Socorro. Mais tarde, de 1972 a 1975, seria chefe do Serviço de Ortopedia e, em seguida, diretor geral do Antonio Pedro.
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Em 1953, entrou para o corpo docente da Faculdade Fluminense de Medicina, primeiro como professor assistente e depois como adjunto, passando a responsável pelo curso de Ortopedia em 1962. Diretor técnico do Centro Ortopédico São Lucas em 1968, foi fundador e primeiro presidente da regional RJ da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). Também foi um dos idealizadores do grupo filantrópico Doutores na Ribalta. Eleito vereador em Niterói, participou da fundação e organização da Andef.
Na gestão do prefeito Waldenir de Bragança, presidiu o Instituto de Beneficio e Assistência do Servidor Municipal (Ibasm). Ocupou ainda a Chefia de Limpeza Pública e a Presidência da Empresa Niteroiense de Turismo (Enitur), realizando o primeiro réveillon popular de Niterói nas areias da praia de Icaraí. Precursor do halterofilismo e das corridas de rua no município, promoveu circuitos com a participação de atletas de todo o Brasil.
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Como jornalista escreveu para vários jornais e criou o Jornal Médico, vinculado à AMF. Criou 1995 o Projeto Gugu, com aulas gratuitas de ginástica para idosos em vários pontos abertos de Niterói, chegando a quarenta núcleos e mais de dois mil alunos diários no total – maior serviço do gênero feito em um município até hoje, rendendo-lhe homenagens na Câmara Municipal e na Alerj. Hoje o projeto é dirigido com sua companheira de vida, a viúva Regininha Bittencourt.