A ideia básica das lojas de aluguel de itens de luxo é oferecer as mulheres a opção de ter um closet virtual
A ideia básica das lojas de aluguel de itens de luxo é oferecer as mulheres a opção de ter um closet virtualImagem Arquivo Pessoal
Por Luciana Guimarães
Niterói - Pandemia, adaptação, reinvenção e pessoas buscando se conscientizar, foram o motor inicial para o início de um serviço de praticidade e sustentabilidade na moda. 
O mundo da moda é lindo e luxuoso, enche os olhos, a gente sabe. Mas todo o impacto causado no meio ambiente devido à superprodução tem levado outras marcas a oferecer alternativas como no caso do aluguel de roupas. Com os consumidores cada vez mais acostumados ao consumo de produtos por assinatura, pense em Netflix e Spotify por exemplo, a noção de consumo mudou e parece que chegou a hora de termos o serviço de roupas por assinatura também. Além do aluguel de roupas de festas e fantasias, diversas marcas passaram a oferecer serviços de aluguel ou assinaturas mensais para coleções ready-to-wear.
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A preferência por usufruir em vez de possuir é tão poderosa que ameaça virar de cabeça para baixo até mesmo mercados bem estabelecidos, como o do mundo fashion. Porém, há ainda outras motivações, como a busca por novidade e o desejo de estar constantemente usando roupas diferentes, sem pagar muito mais por isso. Especialistas apontam, ainda, a influência da cultura “instagramável”: a garotada não gostaria de ser vista com a mesma roupa em duas fotos iguais nas redes sociais. Além disso tudo, a sede de acumular coisas, típica da Geração X, não faz sentido para os mais novos. Prova disso é que a quantidade média de itens no armário dos americanos caiu de 164 peças em 2017 para 136 em 2019, segundo estudo do brechó online threadUP.
E esse modelo chegou na cidade através da Maristar: uma empresa que pretende trazer comodidade e economia na vida das mulheres com aluguel de roupas e acessórios de grandes marcas a preços acessíveis, incentivando o consumo consciente.
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E é bem fácil entender como funciona essa proposta tão atraente. Imagina aquela reunião de última hora e você olha para seu guarda-roupa e não encontra algo adequado e pensa: “Vou para uma loja comprar algo”. Aquele novo item passa a ser mais um item no seu guarda-roupa, com pouca utilidade, e começa acúmulo de coisas, sem fim. E, foi pensando em ajudar a diminuir o consumo desnecessário, que duas amigas, Mari Alcântara e Pri Cotrim, resolveram se lançar nesse mercado que tem começado a entrar na rotina de muita gente.
Com agendamento prévio, são oferecidas “malinhas de aluguel” por período ou diária, que chegam no conforto de sua casa e podem ser utilizadas durante 7, 15 e 30 dias. Com valores atrativos, os pacotes ainda contam com planos para ocasião de viagem, eventos e moda gestante, para as futuras mamães que não querem modificar o guarda-roupa, para uso apenas no período da gestação. Para quem gosta de experimentar a roupa, antes de adquirir o serviço, basta agendar uma visita. 
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Essa é uma grande sacada realmente. O rápido crescimento do mercado de produtos de segunda mão, seja por meio de serviços de assinatura, seja por lojas especializadas, como a TheRealReal, que vende roupas de luxo usadas deixadas na loja pelas antigas donas em consignação, tem feito alguns especialistas projetarem que, em dez anos, ele ultrapassará a receita dos varejistas do fast fashion. As consequências podem atingir também operações de outlet. Afinal, muitos consumidores estão preferindo alugar ou comprar produtos originais, embora usados, a preços competitivos, do que as versões de pior qualidade produzidas pelas marcas especialmente para suas lojas offprice. O setor de shopping center, ainda muito dependente da venda dos lojistas de moda, é outro que precisará adaptar-se aos novos tempos.


Maristela conta que a dupla tem apostado as fichas no contato direto com nossas clientes. E, mais do que isso, elas desejam contribuir para a mudança de comportamento das consumidoras, quando o assunto é moda. “É uma alegria ver o quanto as mulheres estão aderindo a esta tendência. Mas, sabemos que há muito a galgar. Este é um comportamento ainda novo no Brasil. Estamos otimistas com o ano de 2021”, conta a executiva.

Priscila, ex-consumista assumida, comenta que diminuir o consumo por impulso é um dos objetivos do projeto. “O ano de 2020 não foi um ano fácil para ninguém. A mulher niteroiense é antenada, ama moda e se vestir bem. Estamos positivas que nosso negócio prosperará. Tem muita novidade chegando por aí,” justifica a empreendedora.