O livro conta ainda com quadrinhos publicados na grande imprensa
O livro conta ainda com quadrinhos publicados na grande imprensaImagem Divulgação
Por O Dia
Niterói - A riqueza do folclore da cultura brasileira é a matriz criativa da HQ: 'Codinome Boto', concebida pelo cartunista de Niterói, André Barroso.
Um super-herói brasileiro que busca fazer justiça combatendo o tráfico de drogas e enfrentando de frente, literalmente, os mandantes do narcotráfico. Este é o tema de "Codinome: Boto. Boto X San José", lançado virtualmente  pelo escritor e com desenhos do cartunista Melado.

A obra é a segunda de uma série que começou em 2017, quando Barroso lançou "Codinome: Boto". Barroso conta que resolveu criar um personagem tipicamente nacional, sem estereótipos, para vencer, ao menos na ficção, um problema que dura décadas: o tráfico de drogas. O livro retrata a fictícia cidade de San José como principal rota do tráfico internacional de drogas. Ela que dá suporte de drogas para políticos brasileiros fictícios e que também são traficantes. Os poderosos do local se colocam contra o Boto por ele ter quebrado o domínio do principal traficante, que é o antagonista da primeira edição. Mas ainda que um verdadeiro exército de narcotraficantes se coloque como um adversário difícil para o herói brasileiro, o Boto consegue se manter firme na luta graças à ajuda de alguns personagens inesperados, que se encontram nesta segunda parte.

"O Boto, é aquela figura mítica que, por algum motivo não divulgado ainda, está ajudando a polícia especial em alguns casos difíceis. No primeiro, ele acaba com um traficante com a ajuda da população. A trama se passa em um lugar litorâneo Ele é o herói da trama e o mais próximo que visualizei de um formato de super-herói nacional. Sem capas e etc. Ele, por enquanto é um ser mítico, conhecido de todos, que ainda vai ser explorado seu passado. No número 2, vemos a conexão política que existia com esse traficante e um cartel latino. No segundo volume, uma continuação do número anterior. Por conta das 'pontas soltas', que ao meu ver, deram subsídio para fazer este número 2 baseado no 1. No entanto, o leitor pode ler o número 2 de forma independente", explicou.


Apesar da crise econômica do mercado editorial e também dos problemas financeiros ocasionado pela pandemia do novo coronavírus (covid-19), André, acredita na força e adaptação das HQs na constante mudanças no hábito de consumo dos leitores e também nas tendências de ordem mercadológica.

"O mercado de quadrinhos é bastante vivo, apesar das dificuldades de sempre, (falta) de verba. Antes, se tentava fazer fanzines com xerox e foram melhorando a qualidade ao longo dos anos. A facilidade com as impressoras nos tempos atuais, melhorou a forma de editar, e o custo baixou. Muitos conseguiram financiar seus projetos, ainda tendo editais de fomento e das editoras, mas o custo, ainda assim é um entrave, deixando o volume de trabalho no mercado sempre diluído. Aliás, tudo na vida está diluído demais. Temos muitos autores, muitos bons ilustradores, que conseguem vez por outra publicar, mas temos problemas para juntar todo esse material e saber quem é quem. Na questão de distribuição, sempre foi um drama nacional. Pois há 'máfias' que controlam até onde seu trabalho ficaria na estante da banca. No caso do 'Boto', trabalhamos com a Livraria da Travessa que deu um certo destaque na estante, porém é um universo pequeno no setor de distribuição", comentou.