A primeira-dama de Niterói, Christa Grael, esteve na solenidade e parabenizou as homenageadasImagem Divulgação

Por O Dia
Niterói - A Coordenadoria de Política e Direitos da Mulher (Codim) da Prefeitura de Niterói realizou, na última quinta-feira (17), a entrega do Prêmio Inês Etienne Romeu que homenageia mulheres que se destacaram em suas atividades em diferentes áreas. Devido às restrições sanitárias da pandemia da Covid-19, o evento teve número limitado de convidados e foi transmitido ao vivo pelo Instagram @mulheresniteroi.
A primeira-dama de Niterói, Christa Grael, esteve na solenidade e parabenizou as homenageadas.
Publicidade
“É uma alegria estar aqui nesse dia tão importante. Gostaria de parabenizar a todas que estão recebendo o prêmio Inês Etienne Romeu, uma homenagem muito merecida”, disse Christa.
A premiação é anual, mas como em 2020 o evento foi adiado por causa da pandemia de Covid-19, a edição deste ano homenageou as mulheres selecionadas no ano passado. Foram escolhidas: Erivânia Barbosa dos Santos, coordenadora do projeto Raabe em Niterói; Cintia de Faria Asevedo, advogada criminalista; Ana Cristina dos Santos Duarte, coordenadora e produtora cultural do Espaço Cultural Negras Potentes de Niterói; Iris Maria da Costa Amâncio, professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na UFF; Tânia Maria da Silva Melo, diretora do departamento feminino do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários; Laura Vasconcelos Rodrigues da Silva, enfermeira; Maria de Fatima Lima, líder e uma das fundadoras do Mulheres Artesãs do Preventório (MAP), Tânia Maria Malamace Monatte Silva, advogada pró-abono em defesa dos direitos das mulheres e das minorias, líder comunitária no Engenho do Mato e conselheira de políticas públicas para mulheres; e Helga Lise Mansur, presidente da Comissão OAB Mulher.
Publicidade
A Codim também fez uma homenagem especial à ativista do movimento de mulheres e feminismo negro Neuza Santos, que morreu em janeiro deste ano em decorrência da Covid-19. Neuzinha, como era chamada por amigos e familiares, era conselheira do Conselho Municipal de Políticas para as Mulheres (CMP) e representante do Fórum Estadual de Mulheres Negras da Alerj, fez parte da primeira equipe da Codim, há 18 anos, e sempre participou ativamente das ações da coordenadoria na cidade.
A coordenadora da Codim, Fernanda Sixel, ressaltou a importância do prêmio e de cada mulher na ação de mudança cultural da sociedade.
Publicidade
“Cada uma aqui é importante para que façamos uma mudança cultural que é tão necessária. Não só cada uma na sua ação cotidiana, mas também no coletivo. Somos peça fundamental para mudar a sociedade. Estou muito feliz! Esse evento não está sendo exatamente como gostaríamos, mas por causa da pandemia tivemos que restringir as ações que aconteceriam”, explica Fernanda. “Todas as pesquisas indicam que desde que começou a pandemia muitas mulheres tiveram que abrir mão de seu trabalho para se dedicarem 100% em casa e com isso veio o aumento da violência psicológica e física. Muitas vezes elas não conseguem recorrer aos instrumentos de proteção por estarem em isolamento e por isso foi fundamental a campanha do sinal vermelho e é primordial o nosso trabalho de acolhimento. Nós não paramos e não iremos parar”.
Conselheira Municipal de Política para Mulheres e coordenadora do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), Ana Lúcia Fernandes reforçou que as homenageadas têm como missão continuar a luta pelos direitos das mulheres.
Publicidade
“Estou muito feliz em participar desse prêmio tão relevante para Niterói. Quero parabenizar todas que se destacaram com as suas iniciativas. É de enorme simbolismo ser escolhida para levar o nome de Inês Etienne Romeu, é uma responsabilidade muito grande. A luta de todas nós, mulheres, continua”.
Isis, filha de Neuza Santos, agradeceu o prêmio. “Muito obrigada pelo carinho. Minha mãe estaria muito feliz aqui hoje. Ela foi uma lutadora, militante e muito merecedora”, afirmou.
Publicidade
Prêmio - O prêmio leva o nome em homenagem a Inês Etienne Romeu, falecida em 27 de abril de 2015, aos 72 anos. Historiadora, foi presa na ditadura militar, sendo a única sobrevivente a ser libertada da chamada Casa da Morte em Petrópolis (RJ). Mineira, ela viveu em Niterói nos seus últimos anos e adorava a cidade.
Homenageadas com o prêmio Inês Etienne Romeu 2020
Publicidade
• Erivânia Barbosa dos Santos - Coordenadora do projeto Raabe em Niterói, um grupo de apoio a mulheres onde são oferecidos suporte emocional e espiritual por aconselhamentos e cursos com o objetivo de resgatar a autoestima, autoconfiança e o amor próprio. Além disso, o projeto oferece orientação jurídica e social para mulheres vítimas de violência doméstica e abuso. O projeto tem sua sede, onde acontecem encontros mensais, e também faz palestras em presídios a fim de ajudar na ressocialização das detentas e, também, vai com suas voluntárias até as praças públicas e ruas para ouvir e realizar enquetes para identificar os problemas atuais que mais atingem as mulheres.
• Cintia de Faria Asevedo - Advogada criminalista, especializada em Direito Público e Privado pela Universidade Estácio de Sá, UNESA/EMERJ. Atualmente advogada sócia do escritório Martins e Asevedo Advogados, presidente da Comissão de Direito Penal e Processo Penal da OAB/RJ – Subseccional de Niterói, Delegada da CAARJ de Niterói/RJ e Delegada da Comissão de Coaching Jurídico da OAB/RJ. Há cinco anos, ela vem atuando em Niterói e São Gonçalo para combater e informar mulheres sobre violência doméstica.
Publicidade
• Ana Cristina dos Santos Duarte - Começou a trabalhar aos 10 anos de idade como doméstica, só aos 18 anos trabalhou com carteira assinada no Hospital Universitário Antônio Pedro. Desde 2000 atua no movimento social, sindical, comunitário e na promoção de políticas públicas. Atua como coordenadora e produtora cultural do Espaço Cultural Negras Potentes de Niterói (Feira de artesanato Cultural), gestora social e produtora cultural e como coordenadora do Fórum de Mulheres Negras do Município de Niterói.
• Iris Maria da Costa Amâncio - Professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa na UFF, mestre em Literaturas de Língua Portuguesa pela PUC Minas em 1996 e doutora em Estudos Literários/Literatura Comparada pela UFMG em 2001, pós-doutora em Educação pela mesma universidade em 2014. Recebeu a “Medalha Santos Dumont” pelo Governo do Estado de Minas Gerais por seus relevantes feitos em prol da Educação. Atualmente, dedica-se a projetos voltados para a produção literária de mulheres negras africanas e afro-diaspóricas; edição e circulação mercadológica de obras literárias de escritoras e escritores negros; inovação social por meio da edição de livros junto à Nandyala Editora e da promoção da bibliodiversidade étnico-racial e de gênero.
Publicidade
• Tânia Maria da Silva Melo - Desde 2000 atua como dirigente sindical e ativista pelos direitos das mulheres. Hoje, é Diretora Departamento Feminino do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários (Sintronac), pelo quarto mandato consecutivo e realiza um trabalho de prevenção à violência contra a mulher.
• Laura Vasconcelos Rodrigues da Silva - Enfermeira, trabalha há 20 anos na área da Saúde. Atualmente, trabalha na Policlínica Regional de Itaipu como enfermeira obstetra no atendimento de gestantes e puérperas. Atua no acolhimento do pré-natal e consulta de enfermagem, palestras em grupo, acolhimento de mães e bebês.
Publicidade
• Maria de Fatima Lima - Artesã e moradora da comunidade do Preventório, líder e uma das fundadoras do Mulheres Artesãs do Preventório (MAP). O coletivo MAP faz artesanato para eventos e empresas, dando trabalho a moradoras e pessoas de fora da comunidade a partir de materiais reciclados/ recicláveis.
• Tânia Maria Malamace Monatte Silva - Advogada há 21 anos, exerce advocacia pro bono em defesa do direito das mulheres e das minorias, Lei Maria da Penha, violência contra as mulheres, LGBT, crianças, entre outros. Ativista, defensora da constituição e dos direitos humanos na OAB/RJ, líder comunitária. Atualmente é presidente da Associação dos Moradores do Vale Feliz, Engenho do Mato e, também, conselheira do Conselho Municipal de Políticas Públicas para Mulheres de Niterói.
Publicidade
• Helga Lise Mansur - Advogada, pós-graduada em direito empresarial e processo civil, atuante em direito de família, formada pela Femperj e UFF. Atualmente é diretora secretária-adjunta da OAB Niterói, presidente da Comissão OAB Mulher, consultora e assessora jurídica. Atua na defesa dos direitos e proteção a mulher, palestrante e conselheira titular da Codim.
• Neuza Santos - Mulher negra, mãe e militante. Participava do Movimento Negro Unificado, fez parte do Conselho Municipal de Políticas para as Mulheres (CMP) e era representante do Fórum Estadual de Mulheres Negras da Alerj. Neuza fez parte da primeira equipe da Codim há 18 anos, também fez parte da equipe do Centro Especializado de Atendimento à Mulher, que hoje leva o seu nome, CEAM Neuza Santos.