Mario Sousa: Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro participou de evento com universitáriosDivulgação

Niterói - O Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), recebeu o jornalista Mário Sousa, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, para um debate sobre a história do Sindicalismo, o papel da entidade jornalística e o que representa comunicação para a sociedade.

O evento, ocorrido na última quinta-feira (26), foi organizado pelo Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ), desta instituição, que contou com a participação dos universitários do Núcleo de Prática Jurídica do Estágio II, da supervisora do NPJ, Christiane Vaz e da professora Paula Caldeira do Núcleo da Área Trabalhista.

Durante a roda de conversa, com a participação efetiva dos universitários, foram discutidos temas pertinentes ao acesso da sociedade civil à comunicação, que é um direito humano. Estiveram incluídos nestes assuntos outros tópicos importantes como: atuação do sindicato dos jornalistas junto aos profissionais da imprensa, os processos midiáticos em diferentes meios de comunicação, além do combate à desinformação pelas chamadas “fake news”.

Mário, em sua fala, fez um breve histórico de como começou o Sindicalismo, no Século XIX, no início da Revolução Industrial, na Inglaterra, o país que era o poder econômico na época. “Com a mudança da produção artesanal pelas máquinas, os trabalhadores começaram a se unir contra a precarização das condições de trabalho, gerando muitas perseguições”, disse ele. “Com a expansão industrial, o Sindicalismo também cresce pelo viés político ideológico até a criação da Associação Internacional dos Trabalhadores numa longa caminhada de rejeição, lutas, críticas e afirmação sindical no mundo”, completa.

No Brasil, o jornalista explica que o Sindicalismo chega também no começo industrial do País, no final do Século XIX, com a revolta dos imigrantes, que era a maioria dos trabalhadores da época. “Após vários ciclos, na Era Vargas, o Sindicalismo passa por dois momentos históricos: um de controle, perseguições às lideranças, prisões e desestruturação sindical. E, em outra fase de Vargas, o fortalecimento sindical, a criação das leis trabalhistas e do Ministério do Trabalho. Nesses ciclos da História no Brasil, ao mesmo tempo que ocorria a consolidação do Capitalismo, o Sindicalismo estruturado na maioria das vezes, incomodava o poder como foi também no Governo Dutra, quando houve a intervenção em 400 sindicatos. Já na Ditadura Militar em 64, dois mil sindicatos sofreram intervenção, ocorreram centenas de perseguições, prisões e mortes”, contou Mário. “Com o fim da Ditadura, a redemocratização do País, os sindicatos retomam seus espaços com grandes corporações, de onde surge Lula, que é eleito presidente”, conclui.

Já no Governo de Bolsonaro, mais recente, o Sindicalismo volta ao retrocesso com a banalização, o fim da taxa sindical e o esvaziamento das forças sindicais. Sobre o Sindicato dos jornalistas Profissionais do Estado do Rio de janeiro, Mário explicou a atuação do Sindicato dos Jornalistas nos 91 municípios do Estado do Rio de Janeiro, assim como o papel da Federação Nacional de Jornalistas, que congrega os 31 sindicatos de jornalistas do País.

Na pauta de perguntas e debates com os universitários, Mário falou sobre a diferença entre a informação jornalística que tem como essência, a verdade, a ética, a apuração dos fatos, a checagem, verificação das fontes, e não a disseminação de fake news, tão comum na rede social.

Ao ser indagado sobre a liberdade de expressão, o presidente do Sindicato afirmou que a informação jornalística correta é um direito à sociedade, mas que a liberdade de expressão não é um direito absoluto, acima da lei, acima da ética e que este desvio pode caracterizar crime e estragos irreversíveis a quem é atingido e à sociedade.
O presidente abordou também a precarização da profissão com o fim do diploma universitário para o exercício do jornalismo e questões muito marcantes no interior do Estado desde a invisibilidade, os baixos salário, a duplicidade de funções, o desvio de funções, principalmente nas gestões públicas, agressões, assédios, preconceitos e assassinatos de jornalistas no interior.

“O papel do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro”, disse o presidente, “é defender e lutar pelas melhorias salariais, condições de trabalho e apoio a tudo que atente contra o Jornalismo e aos jornalistas no interior do Estado”.

Sobre o Sindicato dos Jornalistas Profissionais

Fundado em 6 de maio de 1954, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro atua de forma principal para garantir a justa remuneração e, consequentemente, a melhoria das condições de vida e trabalho dos profissionais da imprensa. Além de lutar pela manutenção das instituições democráticas brasileiras.
Sobre o Núcleo de Práticas Jurídicas

O NPJ, é o centro de profissionalização do Unifeso, destinado à capacitação e treinamento dos estudantes de Direito, que fornece conhecimentos de ordem técnica e ética, buscando transmitir a vivência da área dentro da realidade social.

O atendimento ao público acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h30 e também das 13h30 às 17h, também na sede da instituição.