Por bianca.lobianco

Rio - Quatro pessoas se reuniram do lado de fora do Palácio Guanabara, na Zona Sul, na manhã desta quinta-feira, fazendo um protesto contra a prisão de um manifestante. O jovem, identificado apenas como Anderson, foi detido durante manifestação na noite de quarta nas ruas do Leblon.  Eles afirmam que o homem foi preso e levado para o presídio de Japeri, na Baixada Fluminense.

Agência ficou destruída no Leblon após protestoAlessandro Costa / Agência O Dia


A comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi até o Tribunal da Justiça do Rio (TJ-RJ), nesta quinta, para protocolar o pedido de habeas corpus do detido. Segundo a polícia, ele foi preso sob a acusação de formação de quadrilha, quando PMs revistaram a mochila do rapaz e encontraram dois morteiros.

Fabrício Silva, de 18 anos, diz que governador não abre diálogo com manifestantesPaloma Savedra / Agência O Dia


O estudante, Fabício Silva, de 19 anos, afirmou que "a manifestação vai continuar, pois o governador não abre diálogo com os manifestantes."Este também é um protesto contra esse jovem que foi levado para japeri", acrescentou o Fabrício.

"O papel do estado é defender o manifestante. Mas se isso não acontece a gente se sente sem direitos. A cúpula de segurança está toda reunida aqui e o governador nunca nos convidou para conversar, nós temos várias reivindicações, como a devolução do Museu do Índio aos indígenas" disse o estudante que pretende ingressar na faculdade de Ciências Sociais.

Clima ficou tenso durante protesto

Por volta das 22h de quarta-feira, um princípio de tumulto ocorreu nas imediações do Leblon quando uma emissora de TV foi expulsa pelos manifestantes. Outro momento de apreensão ocorreu quando um homem que parecia drogado ou alcoolizado tentou derrubar a grade da via Aristídes Espínola, onde mora o governador Sérgio Cabral, fechada desde 17h30 por policiais militares.

O rapaz foi retirado do local pelos próprios ativistas, sob acusação de ser agente do serviço reservado da PM (P2) e miliciano. Mais cedo, manifestantes queimaram um boneco que representava Cabral, junto a uma placa de trânsito. Em seguida, índios da Aldeia Maracanã fizeram uma pajelança no trecho. Questionado sobre a maré de azar do governador, o cacique Uratau, da etnia Guajajara, disse que "Cabral mexeu com ancestrais e índios de todo o Brasil ao fechar o Museu do Índio. O prédio é simbólico para todos nós", afirmou.

O cenário de destruição se estendeu por pelo menos quatro quarteirões. A polícia chegou a usar um caminhão pipa com jatos d'água em um grupo, que exclamou: "Levem essa água para a Baixada!". Após cerca de uma hora, eles marcharam até a residência do secretário de Segurança José Mariano Beltrame, na Rua Redentor, em Ipanema.

Um grupo seguiu para a Rua Visconde de Pirajá, a principal de Ipanema, no início da madrugada. Alguns apedrejaram quatro agências do Banco Itaú, uma do HSBC e uma do Bradesco, apenas no trecho entre a Avenida Henrique Dumont e a Praça Nossa Senhora da Paz. Uma loja da Toulon também foi depredada e as roupas foram distribuídas para os mendigos.

Loja da Toulon foi depredada no LeblonAlexandre Vieira / Agência O Dia










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