Por thiago.antunes

Rio - Ocupantes do antigo prédio do IBGE, na Mangueira, acusam policiais da UPP local de não permitirem a remoção, para o socorro, da jovem Jennifer Ferreira, de 13 anos, que caiu do terceiro andar do edifício, na última terça-feira. Os moradores acreditam que a menina ainda estava viva e reclamam de truculência.

Os homens das Forças Pacificadoras, por sua vez, garantem que o conflito só começou depois de eles terem sido atacados por uma chuva de pedradas.

“O socorro constatou o óbito. Não concordamos e quisemos levá-la para o hospital. Os policiais não permitiram e, a partir desse momento, a violência policial foi desproporcional. Houve disparos de balas de borracha e bombas de gás”, afirmou Karla Durso, líder dos ocupantes.

Segundo o comandante da UPP, Leonardo Nogueira, a polícia não poderia ceder ao pedido. “Os bombeiros já haviam constatado óbito, e a remoção não adiantaria nada. Além disso, não podemos violar o local do acidente antes da perícia. Reagimos de acordo com a violência com que fomos atacados”, garantiu.

Ocupação já dura mais de uma década

Há mais de uma década, cerca de 400 pessoas ocupam o prédio abandonado. “Faltam saneamento e luz, enquanto sobram ratos e riscos. Quantas mortes precisarão ocorrer?”, questionou a moradora Ana Modesto.

A Secretaria Municipal de Habitação informou que já apresentou ao Ministério das Cidades um projeto de utilização da área para a construção de 240 unidades do Minha Casa, Minha Vida e de um Espaço de Desenvolvimento Infantil.

A SMH aguarda o repasse dos recursos para dar início às obras, que envolvem a implosão do edifício e o reassentamento das famílias que vivem hoje ali.

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