Por bianca.lobianco

Rio - Um vídeo que foi divulgado nas redes sociais, nesta quinta-feira, mostra o estudante Bruno Ferreira Telles, de 25 anos, detido durante manifestação no dia da chegada do Papa no Palácio Guanabara, sem artefatos explosivos e mochila. As imagens contestam a afirmação da polícia de que o jovem teria jogado o primeiro coquetel molotov contra os PMs durante o protesto.

No entanto, o vídeo não deixa claro se a bomba que foi lançada foi a primeira. Vários usuários estão postando vídeos defendendo Bruno, que foi solto na terça-feira, depois que advogados ativistas da OAB-RJ conseguiram uma habeas corpus para ele.

Jovem foi agredido e levou choque de PM

O estudante Bruno Ferreira, 25 anos, morador de Caxias, saiu de casa na tarde de segunda-feira para protestar contra o que ele considera descaso com a educação e saúde pública por parte do governo estadual. Menos de 24 horas depois, estava sendo transferido para Bangu II acusado de portar 20 coquetéis molotov e tentar matar um PM com uma destas bombas incendiárias.

Agredido por policiais na Rua Pinheiro Machado, em Laranjeiras, chegou a levar choques elétricos no peito mesmo estando desmaiado. Foi algemado e jogado dentro de um camburão ainda sem entender muito bem o porquê daquilo tudo.

"Disseram que eu havia jogado um coquetel molotov neles e eu fui obrigado a rir, ainda que de nervoso, mas rir. Não fazia o menor sentido. Eu nem vi nenhum coquetel molotov", disse Bruno, filho da dona de casa Maria de Lourdes e de Amauri, que curiosamente ganha a vida vendendo fardas para policiais e bombeiros. "Sempre lidei com policiais, nunca iria jogar molotov em ninguém. Minha luta é por educação", completou.

O estudante, que filmava a manifestação, acabou salvo por desconhecidos que faziam o mesmo. Nos muitos vídeos que caíam instantaneamente na rede, Bruno em momento nenhum aparecia com mochila ou molotovs, apenas apanhando e levando choques de policiais. Um deles surgiu com um coquetel acusando o estudante, mas logo sumiu. E com ele o coquetel que serviria para incriminar Bruno.

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