Por cadu.bruno

Rio - Um grupo de atores participou de um ato na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro, na manhã desta terça-feira. Os artistas dramatizaram torturas e execuções de desaparecidos na cidade, com direito a réplica do chamado "micro-ondas", onde vítimas seriam queimadas em meio a pneus.

O ato foi realizado antes de audiência pública realizada nesta terça sobre os casos dos desaparecidos, criada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj.

Grupo faz ato em frente à AlerjAlessandro Costa / Agência O Dia

"O número de desaparecidos cresceu muito nos últimos anos, mas foi a morte do Amarildo que chamou a atenção da população. Este não é um fato isolado. Há muitos Amarildos espalhados pelo Rio de Janeiro", disse Antônio Carlos Costa, presidente da ONG Rio de Paz.

De acordo com ele, mais de 35 mil pessoas desapareceram no estado do Rio entre 2007 e 2013. O ajudante de pedreiro Amarildo de Souza está sumido desde o dia 14 de julho, após ser abordado por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha.

Para o deputado Marcelo Freixo (Psol), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, o governo precisa criar um departamento específico para cuidar dos casos de desaparecimento.

Grupo fez ato antes de audiência públicaAlessandro Costa / Agência O Dia

"Queremos diálogo para avançar a política pública de segurança. A Secretaria de Segurança precisa ter um departamento para os desaparecidos. É um número que vem crescendo ano a ano, mas não sabemos quantos são crianças, quantos são idosos ou quantos foram encontrados", relatou. A expectativa é que a audiência pública conte com a presença de representantes da Secretaria de Segurança, familiares de desaparecidos e outros órgãos da sociedade.

Adriano Amieiro, irmão da engenheira Patricia Amieiro, desaparecida em 2008, participa da audiência e pede mais rigor das autoridades. "É preciso que se tenha uma legislação mais rígida para as pessoas pensarem duas, três vezes, antes de sumir com um corpo. A hora de debater é essa, senão os casos vão se repetir, e as famílias vão continuar nesta agonia. Você acha que a pessoa está viva e pode voltar", afirmou.

Protesto silencioso lembrou casos de desaparecidos no RioAlessandro Costa / Agência O Dia




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