Rio - Muitos manifestantes que são contra a escolha de Chiquinho Brazão e Professor Uoston, ambos do PMDB, como presidente e relator da CPI dos Ônibus, respectivamente, deixaram o plenário da Câmara Municipal no fim da manhã desta quinta-feira. Eles dizem que foram ameçados por aliados de Brazão. O secretário de transportes do município, Carlos Roberto Osório, foi ouvido pelos vereadores por quase duas horas.

Houve tumulto e agressão física entre os dois grupos nas galerias do plenário. Os brigões foram retirados pelos seguranças. A fala dos parlamentares é interrompida várias vezes por conta de gritos dos manifestantes.
Um sapato foi atirado na direção do relator da comissão, Professor Uóston (PMDB). O objeto atingiu a mesa e por pouco não acertou o parlamentar. O atual secretário de transportes do município, Carlos Roberto Osório, é ouvido pelos vereadores. O vereador Eliomar Coelho (Psol), que entrou com pedido de criação da comissão, não está presente na audiência.
Senhas foram distribuídas para quem quisesse acompanhar a reunião e houve registro de confusão. O coronel Marcos Paes, chefe da segurança da Câmara, quase foi agredido por um homem que tentava pegar uma senha sem entrar na fila.

A Polícia Militar faz bloqueios no entorno da Câmara. Na Rua Alcindo Guanabara, na lateral do prédio, somente jornalistas e pessoas credenciadas podiam transitar pela via.
Quem tentava acessar a via pela Cinelândia precisava dar a volta pelas ruas Ator Jayme Costa e Álvaro Alvim. Cerca de 30 manifestantes, militantes do Psol, estão na escadaria da Câmara.
No fim da noite desta quarta, o plantão do judiciário negou pedido de liminar para suspender a sessão desta manhã. De acordo com a Justiça, não há justificativa para conceder a liminar durante um plantão noturno porque a formação da comissão por autoria governista já era conhecida há quase dois meses.

Um grupo de oito vereadores da oposição entrou com o recurso no plantão judiciário. A decisão de encaminhar o pedido de liminar para a suspensão da CPI foi tomada após a Mesa Diretora cancelar mais uma sessão plenária — a terceira em menos de uma semana.
A justificativa para não ter havido expediente nesta quarta foi a reintegração de posse, que poderia ter um desfecho de confronto entre ocupantes e a polícia. O grupo da oposição pretendia na sessão desta quarta entrar com recurso para revisão da proporcionalidade da CPI.