Por thiago.antunes

Rio - Morreu nesta sexta-feira, aos 79 anos de idade, o jornalista Maurício Azêdo, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Azêdo, como era conhecido, foi jornalista, vereador, presidente da Câmara dos Vereadores e conselheiro do Tribunal de Contas do Município (TCM). Como dirigente sindical, foi preso e torturado na ditadura militar em 1976 por suas ligações com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Azêdo morreu no Hospital Samaritano, em Botafogo, em decorrência de uma parada cardíaca causada por insuficiência do coração. Nascido em 27 de setembro de 1934, no bairro de Laranjeiras, o carioca foi criado no Catumbi. Também era advogado e cumpria o terceiro mandato à frente da ABI, onde se elegeu pela primeira vez em 2004.

Azêdo foi jornalista%2C vereador e presidente da Câmara dos Vereadores Paulo Araújo / Agência O Dia

Como jornalista, foi repórter, redator, cronista e editor em publicações como O DIA, Jornal do Commercio, Diário Carioca, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, Última Hora, Realidade, Placar, Manchete, Fatos & Fotos, O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo. Foi também colaborador de jornais alternativos de resistência à ditadura militar, como Folha da Semana, Opinião e Movimento. Azêdo ingressou no PDT de Brizola devido à clandestinidade do PCB.

Sua atitude foi seguida pelo líder comunista Luiz Carlos Prestes, em 1982. Foi também um dos fundadores do Cineclube Macunaíma. O jornalista estava internado há duas semanas. O corpo será velado a partir das 8h deste sábado no Memorial do Carmo e o sepultamento está marcado para 16h no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Maurício deixou viúva Marilka, com quem teve duas filhas, e mais dois filhos do primeiro casamento. “Perde-se um colega que foi um expoente na luta pela democracia, liberdade de imprensa e direitos humanos”, disse Paula Máiran, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio.

O governador Sérgio Cabral lamentou a morte de Maurício Azedo e decretou luto de três dias no Estado do Rio de Janeiro. "Maurício Azedo foi um grande brasileiro. Jornalista militante que sempre se dedicou às causas da democracia e das liberdades. Homem público exemplar sempre dedicado às causas do Rio de Janeiro e do Brasil. Liderou a ABI nos últimos anos com o entusiasmo e o espírito de Barbosa Lima Sobrinho. Amigo fraterno e querido", afirmou em nota.

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